A 38; Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Rio de Janeiro será inaugurada nesta sexta-feira (23/5) na Vila Kennedy, depois de mais de dois meses de ocupação policial. A UPP será a terceira na zona oeste da cidade e a mais afastada do centro. De acordo com o governo do estado, a UPP terá 250 policiais militares e vai patrulhar uma área com 41,5 mil habitantes. Além da Vila Kennedy, estarão dentro do território da unidade as favelas Alto Congo, Vila Progresso, Sapo, Pica Pau, Light, Alto Kennedy e Metral.
"A gente inicia a partir de hoje um trabalho importante de aproximação com a comunidade. É um local que sofreu bastante nos últimos tempos com a presença de marginais fortemente armados", disse o comandante das UPPs, o coronel Frederico Caldas. Para o militar, o fato de a Vila Kennedy ser mais urbanizada que a maioria das favelas facilitará o trabalho: "Isso faz com que a ação da polícia fique mais presente e os resultados sejam melhores, a exemplo da Cidade de Deus".
[SAIBAMAIS]A Vila Kennedy ganhou o nome do presidente americano John Kennedy por ter sido construída como um bairro popular a partir de uma parceria entre os governos do Brasil e dos Estados Unidos. Além do nome do presidente, a comunidade recebeu uma réplica da estátua da liberdade, que permanece hoje em frente à Avenida Brasil.
Na semana que vem, a unidade será a quarta a receber a visita da ouvidoria das UPPs, que já passou pela Cidade de Deus e pela Mangueira, e agora está na Rocinha. Os moradores poderão fazer reclamações por telefone (21) 2334-7599 ou pessoalmente. Segundo o comandante, a ouvidoria já recebeu cerca de 200 contatos.
Sobre os tiroteios recentes nas comunidades de Cidade de Deus e Fogueteiro - ambas com UPPs, o coronel Caldas afirmou que "fogem da normalidade". Na opinião dele "são UPPs que têm apresentado estabilidade há bastante tempo. Por outro lado, Nova Brasília de fato preocupa", admitiu o comandante. A resposta do governo tem sido reforço no policiamento, operações quase diárias com o Batalhão de Operações Especiais (Bope) e ações da Polícia Civil para identificar criminosos. "São áreas difíceis de serem patrulhadas pela estrutura física, com becos e vielas muito estreitas. Em alguns locais, o policial fica muito exposto".
Região em que vive cerca de metade da população da capital, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a zona oeste já tinha UPPs no Batan e na Cidade de Deus, ambas instaladas em 2009. A maior parte das UPPs fica na zona norte, que tem 23; seguida pela zona sul, com oito; incluindo a primeira, criada em 2008 no Morro Santa Marta. Além dessas, há três no centro e uma na Baixada Fluminense.