Jornal Correio Braziliense

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Governador do Rio promete projeto para atender reivindicação dos policiais

Luiz Fernando Pezão informou que já vinha conversando com as lideranças sindicais da Polícia Civil antes mesmo da paralisação da categoria

O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, informou hoje (22/5) que vai encaminhar um projeto de lei à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) até meados de junho para incorporar as gratificações dos policiais civis aos salários, conforme reivindicação da categoria. O anúncio ocorreu após quase três horas de reunião entre o governador; o chefe da Polícia Civil, Fernando Veloso; o secretário estadual de Segurança Pública, José Mariano Beltrame; e representantes do sindicato dos policiais.

Luiz Fernando Pezão informou que já vinha conversando com as lideranças sindicais da Polícia Civil antes mesmo da paralisação da categoria, iniciada ontem (21/5). No entanto, o governador admitiu que não pode incorporar as gratificações imediatamente. ;Venho conversando com as lideranças sindicais há mais de três meses. Eu quero atender a essa incorporação das gratificações dos policiais civis. Eu venho fazendo estudos de como incorporar essas gratificações, de quanto tempo, de como vou realizar. Eu quero ver em quantas vezes. Tenho outras categorias que quero atender. Eu tenho de fazer dentro do limite que o estado possa pagar;, explicou.

Segundo o governador, toda a área de segurança pública recebeu um aumento de 11,16% no mês de fevereiro e, se contar todos os sete anos do governo de Sérgio Cabral, a categoria recebeu cerca de 147% de reajuste."Foram conquistas que nenhuma categoria dentro do estado conseguiu. Eu tenho compromisso de incorporar as gratificações, só temos que ver em quantos anos, em quantas parcelas faremos isso;, esclareceu.

Os policiais civis iniciaram uma paralisação na madrugada de ontem para reivindicar reajuste de 100% no valor do tíquete-alimentação e do vale-transporte, criação de um plano de cargos e salários, incorporação das gratificações e reajuste de 50% no piso dos agentes para diminuir a diferença que há com os vencimentos de delegados. No fim da tarde de ontem, os policiais decidiram estender a paralisação por mais 24 horas. O chefe da Polícia Civil, delegado Fernando Veloso, disse que o governador firmou um compromisso com os sindicalistas, indicando que vai entrar em contato com a Alerj para confirmar qual a melhor maneira de as gratificações serem incorporadas ao salário da categoria.

;A meu ver, foi bastante produtiva [a reunião]. O governador reiterou várias vezes a importância [do papel] que a Polícia Civil vem desempenhando. O policial civil deve reivindicar, tem o direito de reivindicar. É claro que talvez tenha havido uma expectativa maior para que essa solução final fosse dada hoje. Todos nós desejamos isso. O governo se manifestou no sentido de não poder dar essa palavra final hoje. Mas o governador, textualmente, disse que irá mandar uma mensagem para a Alerj;.

Fernando Veloso admitiu que algumas investigações e reconstituições de crimes foram adiadas, mas disse que o atendimento nas delegacias está funcionando normalmente. ;Eu acho que nós não estamos em greve. Acho que os policiais fizeram uma paralisação, que foi postergada por mais 24 horas. Não tivemos notícias de nenhum problema. Os policiais civis estão exercendo um direito que é deles. Agora, reivindicar com bom senso, com serenidade, sem esquecer jamais que nós temos uma preocupação com a sociedade que nós servimos. Os policiais civis estão demonstrando isso;, completou. O Sindicato dos Servidores da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (Sindpol) faz, desde o início da tarde de hoje (22/5), uma reunião na Cidade da Polícia, na zona norte do Rio, para decidir se a paralisação será interrompida ou estendida.