Em entrevista coletiva concedida no início da noite desta quarta-feira (21/5) em São Paulo, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, disse que a prefeitura já notificou os sindicatos das empresas de ônibus e o sindicato dos motoristas para cobrar que os ônibus voltem a circular pela cidade. Segundo Haddad, a prefeitura ;está em dia com seus contratos; e vai exigir que os sindicatos cumpram com suas obrigações, sob risco de multa e medida penal. O valor da multa não foi informado.
;A prefeitura notificou tanto o sindicato patronal quanto o sindicato dos empregados para que cumpram com suas obrigações perante a prefeitura. A prefeitura está rigorosamente em dia com seus contratos e tem que exigir, em nome da população, o cumprimento das obrigações da contraparte;, disse o prefeito.
Segundo Haddad, a população não pode ser penalizada por uma paralisação que pode ter tido origem em conflitos internos ao sindicato. ;Já foram dois dias. Ontem pareceu mais grave, mas, mesmo assim, ainda hoje foi um dia de transtorno para a população, que não pode ser penalizada no momento em que a prefeitura está honrando com todos seus compromissos;, disse.
Além de ter notificado os sindicatos, outras duas medidas foram tomadas para tentar pôr um fim à paralisação. Uma delas foi um acordo fechado hoje entre a Secretaria Municipal de Transporte e a Secretaria de Segurança Pública estadual, que prevê a atuação de um funcionário da SPTrans, empresa que administra o transporte municipal de ônibus na capital, dentro do centro de operações da Polícia Militar (PM). O objetivo é que o agente informe sobre ocorrências relacionadas ao movimento de forma imediata à PM. A segunda medida foi a abertura de inquéritos pela Polícia Militar e pelo Ministério Público para apurar responsabilidades pela paralisação na cidade.
O secretário de Transporte Jilmar Tatto estimou que 30% do total do transporte de ônibus na cidade tenha sido prejudicado com a paralisação, o que somaria, segundo ele, entre 700 e 800 ônibus parados. Isso teria prejudicado, de acordo com o secretário, cerca de 1 milhão de pessoas.
;O sindicato dos trabalhadores tem que tomar medidas internas e, se não tiver condições, deve acionar os órgãos competentes. Ele não pode ficar inerte ao que está acontecendo. E, por parte dos empresários, a mesma coisa. Eles precisam tomar medidas. A prefeitura está tomando medidas;, afirmou Tatto, que destacou que a prefeitura não vai tolerar sabotagem no transporte público.
;Se estamos pagando esse serviço é porque a população está pagando seus impostos. Se estamos fazendo nossa parte, eles [sindicatos] precisam a fazer a parte deles também. Se há sabotagem no meio, compete à polícia agir ou ao Ministério Público apurar. A cidade de São Paulo não pode ser refém a esse tipo de comportamento;, concluiu.