O esquema de segurança do Rio de Janeiro durante a Copa do Mundo contará com até 20 mil agentes nos dias mais críticos e, já na próxima sexta-feira (23/5), 20 dias antes do Mundial, começará a ação integrada entre as forças policiais e militares para garantir a tranquilidade do evento, com um emprego inicial de cerca de 5 mil homens, contingente que crescerá até o início do Mundial, atingindo o pico na decisão.
As informações foram divulgadas nesta terça-feira (20/5) por integrantes das corporações das três esferas de governo que participam do Centro Integrado de Comando e Controle, que sediará a coordenação local de segurança. O planejamento inclui as Forças Armadas, as policias estaduais de segurança, a Guarda Municipal e as polícias Federal e Rodoviária Federal, além do Corpo de Bombeiros. Dentre essas forças, a Polícia Federal (PF) não divulgou o contingente, alegando motivos estratégicos.
De acordo com o delegado Anderson Bichara, da Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos, a operação é a maior da história da PF, superando a que foi montada para a Jornada Mundial da Juventude, a Copa das Confederações e a Rio%2b20. Os policiais federais controlarão a entrada de agentes estrangeiros e armas, fiscalizarão as empresas de segurança privada, manterão o papel de polícia judiciária e terão centros operacionais nos dois aeroportos e no Estádio Jornalista Mário Filho, o Maracanã. Um delegado da PF e agentes acompanharão diariamente cada delegação.
[SAIBAMAIS]O maior número de homens empregados na operação caberá à Polícia Militar, que terá um efetivo diário de 8,1 mil homens e manterá sua função de policiamento ostensivo, com reforço na área do Maracanã, nas proximidades dos hotéis e centros de treinamento das delegações, das autoridades e da Fifa, em estações de metrô, aeroportos e pontos turísticos. De acordo com o chefe do setor de planejamento da PM, tenente-coronel Marcelo Rocha, o esquema especial começou no início de maio, entre outros motivos por causa do aumento da criminalidade neste ano.
As unidades de Polícia Pacificadora funcionarão em esquema especial de escala para reforçar o policiamento, e um comando extraordinário foi criado na PM, com dois batalhões de campanha para atuar na Copa. Serão utilizadas 780 viaturas no policiamento da cidade, além de cinco barcos e cinco helicópteros.
As Forças Armadas participarão da segurança com mais de 5 mil homens. O Exército contribuirá com o maior número, 3,1 mil, seguido pela Marinha, com 1,2 mil, e pela Aeronáutica, com 900. A área de atuação do Exército na cidade será concentrada na zona sul, no centro, na região da Grande Tijuca e na parte da zona oeste, que corresponde à Baixada de Jacarepaguá. Fora da capital fluminense, ela inclui a Granja Comari, em Teresópolis; e o Resort Porto Belo, em Mangaraitba, onde ficará a delegação italiana. A Aeronáutica cuidará dos aeroportos e a Marinha fará a vigilância da costa da capital e da Baía de Guanabara. Entre as atribuições das Forças Armadas também está a segurança cibernética.
A Polícia Civil dobrará o efetivo diário nas áreas que interessam à Copa, com mais de 900 agentes dedicados ao evento. O atendimento aos turistas será reforçado com 156 agentes com fluência em língua estrangeira. A Polícia Civil tem sido responsável por monitorar as redes sociais para prever possíveis manifestações e identificar suspeitos de envolvimento em protestos violentos.
Já a Polícia Rodoviária Federal vai empregar cerca de 800 policiais para patrulhar as cinco principais rodoviais de chegada à cidade. A PRF também vai compor as equipes de batedores que acompanharão as delegações e serão coordenadas pelas Forças Armadas. À Guarda Municipal caberá, entre outras atribuições, a tarefa de fiscalizar a publicidade irregular e a venda de produtos não autorizados, como cerveja, no entorno do Maracanã, com mais de mil homens por dia nas ruas. O reforço do Corpo de Bombeiros aumentou o efetivo para cerca de 1,2 mil homens em dia de jogo. A corporação, uma das principais responsáveis pelo plano de contingência do Maracanã, preparou grupos táticos que trabalharão ao longo das vias expressas para reduzir ao máximo possível o tempo de atendimento aos chamados.