Jornal Correio Braziliense

Brasil

Prefeitura volta a cadastrar moradores da ocupação do terreno da Oi

Eles serão encaminhados a vagas de emprego e incluídos em programas sociais



A dona de casa Ana Gabriela Sobral, de 30 anos, que está na igreja com seus quatro filhos, disse que a grande expectativa é conseguir uma nova moradia. ;Eu pago a casa. Não quero nada de graça. Se falarem assim: você foi contemplada com o Minha Casa, Minha Vida, e terá que pagar durante 100 anos, eu vou pagar. Só que já estou esperando há anos;, desabafou.

Ana Gabriela morava em um quarto com os filhos na casa da sogra, na comunidade Jacaré, na zona norte, de onde saiu para tentar ;erguer um barraco; na ocupação. ;Tudo é ruim na favela. É o tráfico, é a truculência da polícia, que não quer saber se você trabalha ou é bandido. Quer dizer, a gente não tem repeito de ninguém, não é lugar para meus filhos;, declarou.

Para Winnie Cristina Costa, de 24 anos, conseguir uma casa também é uma preocupação. ;Pagar aluguel e sustentar filho é difícil;, disse a cabeleireira, que mora com familiares. ;Tendo um teto, uma porta para fechar e sendo um lugar quentinho, está ótimo;, completou.

Segundo a prefeitura, moradores da antiga ocupação vão entrar para lista de famílias que esperam a entrega de imóveis populares. A meta é entregar, até o fim de 2016, cerca de 100 mil unidades, de acordo com o secretário de Governo. Ele explica que a prioridade é para famílias que foram desapropriadas para obras públicas ou que vivem em áreas de risco.

Segundo a Secretaria Municipal de Habitação, há um déficit de 148 mil moradias no Rio de Janeiro.