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Reunião entre governo e quilombolas termina sem acordo na Bahia

Uma das líderes da comunidade, Olinda de Souza Oliveira, reclamou do tratamento do governo com os quilombolas do Rio dos Macacos

Após nova rodada de negociações durante esta terça-feira (6/5), o impasse sobre a permanência dos moradores da comunidade quilombola Rio dos Macacos, na Bahia, continua. O governo federal sugeriu a redução do território de cerca de 300 hectares para 86 hectares, proposta recusada pelos representantes da comunidade. Houve a alteração da proposta para 104 hectares, o que também foi rejeitado pelos quilombolas.

Uma das líderes da comunidade, Olinda de Souza Oliveira, reclamou do tratamento do governo com os quilombolas do Rio dos Macacos. A proposta, segundo, ela, não contempla todos, e muitos moradores antigos teriam de sair do local com a redução do território. ;O governo queria que a gente aceitasse a proposta dele, que contempla apenas parte da comunidade. Se eles chegassem com a proposta de manter 270 hectares, a gente sentava pra conversar;, disse Olinda à Agência Brasil.

A comunidade fica na Vila Naval da Barragem, no município de Simões Filho, região metropolitana de Salvador. O local é alvo de disputa entre a Marinha, que considera a terra de sua propriedade, e os quilombolas. O terreno é vizinho à Base Naval de Aratu, na Praia de Inema. Desde 2010, a Marinha pretende ampliar as instalações da base, onde residem famílias de militares.

Olinda também questionou a proibição do uso da água da barragem, no território compartilhado entre Marinha e quilombolas. Presente na reunião, o assessor da Secretaria Geral da Presidência da República, Silas Cardoso, confirmou não ser possível o compartilhamento da barragem. Ele assegurou, no entanto, a construção de um açude para atender à comunidade.

O Ministério Público Federal na Bahia (MPF/BA) intermediou a reunião. A subprocuradora-geral da República Deborah Duprat lembrou que existem ações judiciais determinando a retirada das famílias da região. Segundo ela, esse tipo de pressão contra os moradores atrapalha as negociações. De acordo com o MPF/BA, o advogado Bruno Cardoso, da Advocacia-Geral da União, ;comprometeu-se a interpor recursos pedindo a suspensão do processo judicial travado entre a Marinha e a comunidade; e também contra a liminar que impede a reforma das casas da comunidade.