Em visita oficial ao Rio de Janeiro para investigar as causas da morte do coronel Paulo Malhães, que assumiu ter participado ativamente de torturas durante a ditadura militar no Brasil, a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado Federal chegou a ser barrada na Delegacia Antissequestro, no Leblon, zona sul da cidade.
Uma das hipóteses para a morte do coronel da ditadura é roubo seguido de morte, o que provocou um infarto em Malhães, segundo a guia de sepultamento. Porém, a Comissão da Verdade do Rio levanta suspeitas sobre a tese da Polícia Civil e cobra participação da Polícia Federal nas investigações do episódio. "Têm questões não esclarecidas. O coronel Brilhante Ustra publicou em site pessoal a informação da morte de Malhães com meia hora de antecedência em relação à imprensa e o fato de os discos rígidos dos computadores da casa terem sido levados, o que não configura assalto clássico", afirmou o presidente da comissão, Wadih Damous.
Para Wadih, a confissão do caseiro não é suficiente. "Ainda que tenha sido ele de fato o assassino, achamos que ele tem outros esclarecimentos", completou. Ao longo do dia, os senadores da Comissão de Direitos Humanos vão à sede da Polícia Civil, onde também tratarão do caso. Para os senadores é muito suspeita a morte do coronel depois de dar depoimento à Comissão da Verdade detalhando a atuação dele e do regime militar na prisão e tortura de presos políticos no período.