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Documento indica que coronel Malhães foi vítima de ataque cardíaco

No documento, que é emitido para possibilitar o enterro da vítima, a causa mortis é descrita como 'edema pulmonar, isquemia do miocárdio, miocardiopatia hipertrófica, evolução de estado mórbido [doença]'



No cemitério, parentes evitaram falar com a imprensa. ;A gente enterrou hoje o pai, o esposo, o avô das meninas. O coronel, o tirano, é para vocês. Para gente, ficou só o pai. O coronel da ditadura não era este que a gente conhecia;, disse a filha do militar, que se identificou apenas como Carla.

O genro do coronel da reserva, Nelson Viana, disse que a família não tinha ideia do que realmente teria acontecido na casa do militar. ;Dizem que foi um assalto. Nós não temos hipótese.; Perguntado se Malhães sofria algum tipo de ameaça, Viana negou. ;Ele nunca falou nada e a gente sempre respeitou isso. Nem antes, nem depois [do depoimento à Comissão Nacional da Verdade]. Ele sempre foi uma pessoa super reservada. Nunca comentou nada e a gente até foi surpreendido pelas entrevistas.;

Em depoimento à comissão, há um mês, o coronel Malhães foi o primeiro militar a admitir prática de tortura, assassinatos e ocultação de cadáveres de presos políticos durante a ditadura militar, tendo inclusive falado sobre o destino do corpo do deputado Rubens Paiva, morto pelos militares em 1971, mas até hoje não localizado, que teria sido jogado ao mar.