Os cinco policiais militares da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha, que foram presos nesta segunda-feira (31/3), pela manhã, em operação conjunta da Polícia Federal (PF) e da 1; Delegacia de Polícia Militar Judiciária (DPJM), prestaram depoimento na sede da Superintendência da Polícia Federal. Eles são acusados de passar informações confidenciais da polícia para traficantes da comunidade.
A Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP) informou que eles foram encaminhados para a Unidade Prisional da Polícia Militar, em Benfica, na zona norte do Rio, onde permanecerão até o julgamento do caso. Três deles foram presos no 23; Batalhão de Polícia Militar (Leblon) e dois na UPP. Em paralelo à investigação criminal, a coordenadoria instaurou procedimento para apurar as circunstâncias do fato. Conforme informou a CPP, os policiais acusados são o sargento Arnaldo Damião Cavalcante, sargento Mario Alvispo Junior, cabo Sidnei Leão dos Santos Filho, soldado Alexsandro Mendez dos Santos e soldado Ramon Santiago de Moura.
Segundo a PF, o teor dos depoimentos não será divulgado para não prejudicar as investigações. O órgão informou ainda que os dois soldados da PM, de 29 e de 32 anos, têm três anos de serviço; o cabo de 34 anos, está há seis anos no serviço; os dois sargentos têm 18 e 14 anos de serviço.
De acordo com a PF, um dos sargentos foi autuado em flagrante por porte ilegal de armamento porque no armário dele, na sede da Unidade, foi encontrado um carregador de fuzil calibre 762 carregado e que não pertence à Polícia Militar.
A investigação que resultou na prisão dos policiais levou quatro meses e, na avaliação dos agentes da PF, concluiu que eles recebiam vantagens financeiras do grupo do traficante Antônio Francisco Bonfim Lopes, conhecido como Nem da Rocinha, para blindar a organização criminosa contra investigações e operações policiais.
A Secretaria de Estado de Segurança (Seseg) informou que na mesma operação foi presa Danúbia de Souza Rangel, mulher de Nem da Rocinha, que já havia sido presa, em novembro de 2011, por agentes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) acusada de associação para o tráfico.
Por meio de nota, a Seseg enfatiza que a corrupção policial não é tolerada e que o combate contra este crime resultou na expulsão de 1.640 policiais militares e civis na atual gestão. ;A Seseg acredita que as atuações das corregedorias ; da Polícia Militar, da Polícia Civil e a Corregedoria Geral Unificada ; e os canais diretos com os cidadãos ; como a Ouvidoria de Polícia e o Disque Denúncia ; aumentam a confiança da população no trabalho da polícia;, conclui a nota.