;O teatro brasileiro perde um grande ator;, declarou a atriz Martha Overbeck, mulher de Othon Bastos, ao comentar a morte de Paulo Goulart. Após uma longa batalha contra o câncer, o ator morreu ontem, às 13h15, aos 81 anos, em decorrência de complicações da doença.
;Foi um final dolorido, mas uma passagem em paz com muito amor;, disse a atriz Nicette Bruno, que viveu 60 anos ao lado de Paulo Goulart, em entrevista a repórteres, ontem, no Hospital Beneficência Portuguesa, em São Paulo, onde ele estava internado. Beth Goulart, uma das filhas do casal, estava muito emocionada e não conseguiu falar durante contato do Correio, por telefone.
O velório começou na noite de ontem e segue até as 13h de hoje, no Theatro Municipal de São Paulo. O enterro será no Cemitério da Consolação, na região central da capital paulista. Há sete anos, Paulo passou por uma cirurgia para a retirada de um tumor no rim e, entre agosto e outubro de 2012, ficou internado no setor de oncologia do Hospital Beneficência Portuguesa para tratar de um câncer do mediastino (cavidade entre os pulmões), decorrente do câncer renal.
[SAIBAMAIS]De acordo com Fernando Maluf, médico responsável pelo tratamento, a doença, que voltou há dois anos em estágio avançado, ficou sob controle por algum tempo, mas, nos últimos meses, os remédios pararam de fazer efeito e ele teve que ser internado novamente. ;Estive com ele nesses últimos dias. Paulo foi um dos maiores cavalheiros que já conheci, e a família Goulart é abençoada. Estou sentindo muito a perda, não só de um paciente, mas de um amigo;, comentou. Apesar de todo o desgaste, ele nunca se deixou abater pela doença.
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Ainda após o diagnóstico, o ator continuou muito alegre, sereno, e jamais pensou em deixar de trabalhar. ;Mesmo doente, ele não se deixou abalar. Mas, agora, sei que ele parou de sofrer;, disse, emocionada, a atriz Ana Rosa, que viveu um par romântico com Goulart na novela O dono do mundo, em 1991. ;Apesar de eu ser espírita, como eles, é impossível não sentir saudade, a falta física;, disse. Foi nas gravações de Chico Xavier que o ator Nelson Xavier conheceu Paulo, para ele um exemplo de solidariedade, bondade e boa vontade com o outro.
;Ele me apoiou muito. Seguramente, na outra dimensão em que está, ficará feliz;, reforçou. Outra pessoa que recebeu muita força do artista foi o ator José de Abreu, que perdeu o filho Rodrigo, em 1991. ;Uma pessoa de astral elevado e enorme bondade, ele me apoiou quando perdi meu filho. Cordato, calmo, era disposto sempre a ajudar;, lembra. Quem também teceu elogios ao ator foi Françoise Forton, que chegou a morar com a família Goulart durante um período. ;Querido, sempre brincalhão e respeitado, ele e a família me repassaram muito do amor ao teatro, da construção pela disciplina, da humildade e do amor à profissão. Foi um privilégio;, relata.
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