Um pouco mais longe do centro, em Quintino, bairro da Igreja de São Jorge, as imagens em homenagem ao santo estão rodeadas de lixo. Lá, o descarte, pelas residências, é feito no canteiro central das ruas, entre os dois sentidos das vias. ;Está horrível, ninguém está mais aguentando. Estou com meu lixo dentro de casa e não estou aguentando as moscas;, disse a aposentada Lina de Souza.
A vizinha dela, Marluce Dias, também cobra que a coleta da Comlurb chegue ao bairro, e questiona a demora na regularização do serviço. ;Quando falaram que [o caminhão do lixo] ia passar, colocamos o lixo para fora, mas não passou, e agora está tudo aí em frente;, declarou. ;Acabei de comprar mais desinfetante para moscas. Eu moro ali onde está aquele muro de sacos, essa lixaiada;, acrescentou Lina.
Do outro lado da cidade, na zona oeste, a coleta também não voltou ao normal ainda. A gerente de um estabelecimento comercial, Leila Maria Lisboa Soares, relata que em Campo Grande a limpeza começou pelas áreas comerciais. ;Diminuiu o lixo no centro, mas ainda falta. Em minha rua, no Jardim Nova Guaratiba, não é feita coleta desde o carnaval;, revelou.
Apesar dos incômodos, os moradores apoiam o movimento grevista dos garis, que começou na sexta-feira (28/2), véspera de carnaval. ;Nós, de classe mais simples, vibramos quando a classe trabalhadora consegue algo melhor;, destacou Leila Maria. "Acho que eles estavam certíssimos, porque é um absurdo um gari, que trabalha sob sol e chuva, correndo o risco de pegar várias doenças, ganhar cerca de R$ 800;, declarou.
Em acordo firmado no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), os garis cariocas conseguiram reajuste de 37% e o salário da categoria passou de R$ 803 para R$ 1,1 mil. Conquistaram ainda um reajuste no tíquete-alimentação, corrigido de R$ 12 para R$ 20 por dia.