A greve dos trabalhadores do setor de saúde dos hospitais federais do Rio de Janeiro, iniciada no dia 3 de fevereiro, contribuiu para a suspensão de cerca de 30% das cirurgias agendadas nas unidades de saúde, segundo o diretor do Departamento de Gestão Hospitalar do Ministério da Saúde, João Marcelo Alves. Entretanto, ele garantiu hoje (28/2) que o atendimento ao público não será prejudicado no período do carnaval. Ele participou da entrevista à imprensa promovida hoje (28/2), no centro do Rio, para anunciar a programação de atendimento para o carnaval.
;Já tivemos aproximadamente uma suspensão de aproximadamente 1.500 cirurgias eletivas, programadas, mas que não ocorreram [em razão] da greve, além de cerca de 18 mil consultas e procedimentos ambulatoriais que também sofreram com o efeito da greve;, informou ele. ;As cirurgias de emergência foram feitas sem prejuízos à população, mas o impacto é extremamente danoso à população;, explicou.
O atendimento ao público não será prejudicado no período do carnaval: o ponto será rigorosamente controlado pelas diretorias das unidades. Os grevistas terão de negociar as faltas depois da greve. ;Greve é um direito do funcionário, porém é direito e dever do gestor permitir que assine o ponto apenas os funcionários que estejam em seu efetivo exercício da função dentro das unidades. O código de greve estará assinalado na folha de ponto;, declarou. Os representantes das unidades que participaram da coletiva disseram que o esquema de plantão será como em anos anteriores e que haverá funcionamento normal da urgência e da emergência, bem como de exames complementares gráficos, de imagem e laboratoriais de emergência.
Estão em greve no Rio de Janeiro os hospitais da Lagoa, de Ipanema e do Andaraí. Também encontram-se em greve o Cardoso Fontes dos Servidores, os institutos de Traumatoortopedia e Nacional de Câncer e de Cardiologia. A greve, segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho e Previdência Social no Estado do Rio de Janeiro (Sindsprev/RJ), foi deflagrada em razão de decisão do governo de adotar o ponto eletrônico. O ponto eletrônico aumentou a carga de trabalho dos funcionários que têm carga horária de 30 horas: o sistema só reconhece a jornada de 40 horas.
Alves explicou que esse problema já está sanado com a publicação, nesta semana, da Portaria 260/2013, que regulamenta a jornada de trabalho de 30 horas para servidores com atividades de turno ininterrupto nas unidades, como áreas de urgência e emergência, internação hospitalar, entre outras. Atualmente, os funcionário já cumprem a carga de 30 horas. No entanto, devido à não regulamentação, oficialmente a carga horária era de 40 horas. ;A portaria atende a mais de 95% dos funcionários de regime ininterrupto;, disse ele.
A implementação do ponto biométrico que estava programada para o fim fevereiro foi adiada por cerca de quatro meses para que ocorram as mudanças decorrentes da nova portaria. ;Estabelecemos três meses de testes. Precisamos de um tempo para mexer em toda a programação de escala, de adequação e planejamento em cima das escalas para efetivar o ponto;, explicou Alves.