Os trabalhadores da obra do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí, região metropolitana do Rio, recusaram nesta terça-feira (18/2), em assembleia, a proposta de reajuste salarial de 7% apresentada pelos empregadores. A assembleia decidiu pela manutenção da greve, que começou há duas semanas para os 40 mil operários que trabalham no complexo.
O assessor da presidência do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de São Gonçalo e Região (Sinticom), Marcos Aurélio Hartung, disse que cerca de 20 mil trabalhadores participaram da assembleia e indicaram que não aceitarão menos de 10% como índice de reajuste salarial.
;Ontem, os empregadores ofereceram 7% de reajuste linear, em todos os salários, 7% de reajuste no vale-alimentação, na PLR [Participação dos Lucros e Resultados], que hoje é um salário mínimo, e 7% de reajuste em cima da cesta natalina, de R$ 180;, informou. ;Está muito longe do que queremos. Acho que os trabalhadores não aceitarão nada abaixo de dois dígitos;, disse ele.
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[SAIBAMAIS]No início da greve, os trabalhadores pediam 15% de aumento salarial, vale-alimentação de R$ 500, PLR de um salário mínimo e meio, cesta natalina de 70% do valor do vale-alimentação e alojamento para quem não mora no município. Na audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho, quarta-feira passada (12), os empregadores haviam proposto negociar caso a greve fosse interrompida, mas os grevistas recusaram. ;Não houve espaço para apresentar proposta, era apenas se voltaríamos ao trabalho ou não [para a negociação];.
Na quarta-feira (18/2), às 14h, o TRT fará outra audiência de conciliação entre as partes, e na quinta-feira (20), às 7h, está marcada uma assembléia dos trabalhadores para decidir sobre as propostas apresentadas.
No segundo dia de greve, no início do mês, dois homens que participavam da paralisação foram baleados por uma dupla, em uma moto não identificada, que disparou contra a multidão. As vítimas foram levadas para um hospital e uma delas passou por cirurgia. Ninguém morreu.
O Comperj vai ser o maior polo petroquímico do Brasil, com capacidade de processamento de cerca de 300 mil barris de petróleo bruto por dia, bem como de fornecimento de produtos hoje importados, como fertilizantes para agroindústria.