A Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado divulgou nesta quinta-feira (13/2) uma nota de solidariedade à família do cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Andrade que morreu esta semana depois de ser atingido por um rojão durante a cobertura de um protesto no último dia 6, no centro da cidade do Rio de Janeiro.
;Queremos externar publicamente nossa profunda e total solidariedade à família do cinegrafista Santiago Andrade, que será enterrado hoje, cidadão reconhecido pelo seu profissionalismo, vítima de um ato descabido de violência em uma manifestação popular por direitos da cidadania;, diz um trecho do documento.
[SAIBAMAIS]A nota, assinada pela presidenta da Comissão, senadora Ana Rita (PT-ES), ressalta que as manifestações populares são legítimas e próprias da democracia. O documento destaca que a CDH está atenta à repressão contra os manifestantes e que vê com preocupação ;atos isolados de atentados contra pessoas e de depredação do patrimônio público, que só incitam a violência e não contribuem para o processo democrático e uma sociedade de paz e socialmente justa;.
Ainda na avaliação da Comissão de Direitos Humanos, as manifestações demonstram que a insatisfação com o transporte público não se limita ao preço da tarifa. ;Embora sejam inegáveis os inúmeros avanços ocorridos nos últimos dez anos, ainda é desigual em nosso país o acesso à habitação, à saúde, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, à comunicação e ao transporte público de qualidade. A isto se agrega a violência, que atinge especialmente os jovens negros das periferias e os setores populares;.
No documento, a Comissão faz um apelo para que os governos busquem o caminho da mediação, com diálogo e negociação com os manifestantes e também pede a apuração rigorosa dos excessos cometidos por vândalos, criminosos e pelas forças policiais.
A CDH também presta solidariedade ao deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL). ;Repudiamos as reiteradas tentativas de atribuir responsabilidade ao parlamentar quando a polícia já havia identificado e prendido o autor confesso do disparo do rojão;. No dia da manifestação que vitimou o cinegrafista, uma ativista teria dito que o suspeito de acender o artefato seria ligado ao parlamentar.