Ao discursar no 6; Congresso Nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), o dirigente do movimento, João Pedro Stédile, defendeu nesta terça-feira (11/2) a reforma política e criticou o agronegócio. O evento tem como lema Lutar, Construir Reforma Agrária Popular e reúne cerca de15 mil trabalhadores de diversos estados.
;Sem a democratização do Estado brasileiro, a reforma agrária popular continua bloqueada. Por isso, temos que nos engajar em uma Constituinte para mudar as regras políticas do país;, disse.
[SAIBAMAIS]Segundo Stédile, é preciso fazer a reforma agrária de acordo com um modelo que, vá além da distribuição de terras, e abranja também o combate aos agrotóxicos e a produção agroecológica. ;Não adianta pegar terra e imitar os fazendeiros. Temos que mudar a matriz produtiva, temos que desenvolver técnicas de produção da agroecologia que incorpore a mão de obra;, disse. Na avaliação do presidente do MST, o agronegócio não tem futuro porque depende apenas da taxa de lucro internacional.
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Para Stédile, o governo tem a participação de diversos atores e isso prejudica a tomada de decisões. ;É um governo de composição e lá dentro tem os banqueiros, tem os empresários, tem a classe média;. O dirigente do MST, no entanto, disse que também há defensores da reforma agrária. ;Mas é um governo de composição, de forças antagônicas e em um governo assim é difícil avançar;, disse.
O congresso do MST vai até a próxima sexta-feira (14) e marca também os 30 anos de criação do movimento. O principal objetivo do evento é discutir e fazer um balanço da atual situação do movimento, traçar novas formas de luta pela terra, reforma agrária e transformações sociais, de acordo com o MST.