Para Walter Salles, os aplausos que ecoaram durante todo o enterro foram para o cineasta, mas também ;para o homem atrás da obra;. O cineasta salientou ainda que era um privilégio ter vivido na época de Eduardo Coutinho. ;É a mesma coisa se você tivesse vivido no tempo de Graciliano Ramos, João Cabral de Mello Neto, Guimarães Rosa. É a mesma coisa da gente falar do privilégio que é hoje viver no tempo da Fernanda Montenegro. O Coutinho é dessas pessoas iluminadas que nos explicavam um pouquinho melhor o que é esse país tão complexo chamado Brasil. E ele o fazia ouvindo os outros com generosidade;.
Salles disse que não foi à toa que o processo do velório foi conduzido por personagens dos filmes de Eduardo Coutinho. ;Eles tomaram a voz mais uma vez. E para quem estava naquela sala [capela], foi uma das coisas mais comoventes e extraordinárias que eu pessoalmente presenciei. Era essa pessoa única que estava sendo aplaudida hoje;, disse.