O frater Garbazza destaca que a participação da comunidade no levantamento de documentos, para enviar ao Vaticano, é fundamental. ;O envolvimento do povo é importante no andamento do processo, porque isso não é um projeto somente das congregações. Em Manhumirim o pessoal tem um carinho muito grande pela figura do padre;, afirma. O frater conta que o Servo também é muito lembrado nas cidades de Matozinhos, Espera Feliz, Belo Horizonte, Patos de Minas e Andrelândia ; locais onde vivem ou já viveram religiosos sacramentinos.
O responsável no Brasil pela investigação sobre a vida do Servo é o padre Heleno Raimundo da Silva, eleito o vice-postulador que fará o contato das congregações com a Diocese. Quem vai liderar o processo diocesano é dom Emanuel Messias que nomeará o tribunal eclesiástico para recolher os depoimentos juramentados sobre as virtudes do candidato. A instalação desse tribunal está prevista para o mês de maio e contará com a presença do postulador da causa, o historiador italiano Paolo Vilotta. As apurações minuciosas sobre a vida cristã de Padre Júlio Maria podem resultar na transformação dele em Venerável, Beato e, por fim, Santo. Segundo o padre Heleno, para a beatificação a igreja pede a apresentação de um milagre comprovado, alcançado por meio da intercessão do candidato à beatificação. Só valem milagres acontecidos após a morte dele.
Trajetória
Padre Júlio Maria nasceu dia 7 de Janeiro de 1878 na aldeia de Beveren, município de Waregem na Bélgica. Com 17 anos partiu para Boxtel, na Holanda, para iniciar a vida religiosa. Fez missões paroquiais pela França, Bélgica e Holanda. Em 1912, embarcou para o Brasil para as ;as missões amazônicas;. Em terras brasileiras, passou por Recife, Natal, Belém e Macapá - por onde ficou quase 16 anos. A partir daí se mudou para Minas e foi recebido com entusiasmo pelos católicos. No estado, ele fundou as três congregações que hoje se dedicam ao processo de beatificação.