Dois presos fugiram da Unidade Prisional de Ressocialização (UPR) do município de Pedreiras,
localizada a cerca de 270 quilômetros da capital, São Luís. De acordo com a Secretaria de Estado de
Justiça e Administração Penitenciária (Sejap), a fuga ocorreu na tarde de sexta-feira
(24).
Um dos presos, identificado como Miciel Roque dos Santos, foi recapturado logo em
seguida. O outro, Manoel Gomes da Silva, o Ligeirinho, continua foragido. Os presos escalaram o muro
da unidade para fugir, aproveitando uma falha na segurança.
A Sejap informou também que,
durante vistoria, agentes penitenciários e monitores descobriram um túnel na cela 12 do Centro de
Custódia de Presos de Justiça (CCPJ) de Imperatriz, a cerca de 750 quilômetros da capital, impedindo
a fuga de detentos. Os presos que estavam na cela foram levados para outro espaço na mesma
unidade.
No início da noite de quinta-feira (23), um princípio de motim foi registrado no
Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pedrinhas, em São Luís. O tumulto aconteu após revista feita
pela Polícia Militar em algumas celas da unidade prisional. Na ocasião, os policiais encontraram
cerca de 40 armas artesanais, além de aparelhos de televisão e reprodutores de CD. Em represália, os
presos jogaram pedras nos policiais e queimaram dois colchões. A polícia interveio jogando bombas de
efeito moral.
O sistema carcerário do Maranhão vive uma crise que se acentuou desde o
segundo semestre do ano passado. Em outubro, a situação se agravou, com uma rebelião no Complexo de
Pedrinhas, deixando nove mortos e 20 feridos. A crise fez com que o governo do estado decretasse
situação de emergência. Em um ano, 64 detentos foram mortos nos presídios do estado. Quatro somente
este ano.
Detentos de Pedrinhas também ordenaram ataques a ônibus e delegacias de São
Luís no dia 3 de janeiro. Duas vítimas dos atentados continuam internadas em hospitais de referência
para queimaduras.
A paciente internada no Hospital Regional da Asa Norte, em Brasília,
Juliane Carvalho Santos, com saúde estável apresenta melhora clínica, segundo boletim médico
divulgado pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal. Ela teve 40% do corpo queimado e deve passar
hoje por mais um desbridamento ; procedimento cirúrgico para retirada de pele morta. O estado de
saúde outro paciente, Márcio Ronny da Cruz, internado no Hospital de Queimaduras de Goiânia, é
estável. Ele teve 72% do corpo queimado.
As pacientes Abyancy Silva Santos e Lorrane
Beatriz, que foram tratadas em hospitais de São Luís, já receberam alta médica.
Amanhã
(27), a Defensoria Pública começará a fase presencial do mutirão carcerário no Complexo
Penitenciário de Pedrinhas. O objetivo é atender todos os 2.704 presos de Pedrinhas. Desses, 1.525
são presos provisórios, que ainda não passaram por julgamento. Os defensores querem identificar os
que têm direito à liberdade por estarem presos provisoriamente há mais tempo que o permitido por
lei, por já terem cumprido a pena ou que tenham direito à progressão de regime e à liberdade
condicional. O atendimento presencial deve durar duas semanas.
Para a terça-feira (28) o Sindicato dos Servidores do
Sistema Penitenciário do Maranhão (Sindspem) convocou ato público em São Luís, no qual vai pedir que
o governo reveja a portaria da Secretaria de Justiça e Administração Penitenciária (Sejap), que
limita a atuação dos agentes concursados à escolta prisional. A mobilização será de manhã e começará
em frente à Sejap, de onde seguirá para a sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/MA).