Jornal Correio Braziliense

Brasil

Ex-segurança da Kiss relembra 'o filme de terror' causado pelo incêndio

'Cada passo que eu dava era uma mão me segurando. Ninguém tem noção do que foi aquilo', conta Rodrigo Moura



Quando o fogo começou, Moura estava ao lado do palco e pegou o extintor para tentar apagar, mas a ferramenta não funcionou. "Foi um filme de terror. Cada passo que eu dava era uma mão me segurando. Ninguém tem noção do que foi aquilo. Quando entrei para fazer a reconstituição, vi corpos empilhados e senti cheiro de sangue, porque tinha muita gente pisoteada, cortada."

O rapaz conta que a roupa o ajudou a se salvar. Ele vestia uma camisa social branca e uma gravata, que molhou com água e colocou sobre o nariz para conseguir sair da boate. Mas, por ter ajudado a retirar vítimas do local, pouco tempo após a tragédia o segurança foi internado por 20 dias devido a inalação da fumaça. Hoje, a vida do jovem é marcada pelo incêndio.

"Não tem como esquecer. Às vezes, fecho os olhos e me lembro do horror. Tento olhar para a frente, mas a ferida ainda está aberta. Meses depois fui a uma boate em Salvador, mas não consegui me diverti. Fiquei perto da porta e passava um filme na minha cabeça", relatou o ex-segurança da Kiss.