Jornal Correio Braziliense

Brasil

Estudantes da Gama Filho embarcam para Brasília a fim de protestar

A primeira reunião entre o MEC e os estudantes ocorreu nessa segunda-feira

Rio de Janeiro ; Um grupo de 45 estudantes da Universidade Gama Filho (UGF) embarcou, na manhã desta terça-feira (14/1), em um ônibus para Brasília. Na capital federal, eles vão protestar em frente ao Ministério da Educação (MEC) contra o descredenciamento das universidades geridas pelo Grupo Galileo Educacional ; Centro Universitário da Cidade (UniverCidade) e UGF.

Os alunos ficarão em alojamentos onde já estão representantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e do Centro Acadêmico de Medicina (Camed). De acordo com o vice-presidente do Camed, Rodrigo Mion, que cursa o décimo período de medicina, a primeira reunião entre o MEC e os estudantes ocorreu nessa segunda-feira (13/1). ;Ontem ocorreu a primeira reunião da comissão de acompanhamento do processo. Não foi lançada ainda nenhuma notícia oficial do MEC em relação a essa reunião. O que a gente sabe é por meio do nosso representante que está lá. Ele disse que foi uma reunião que teve o seu proveito por ter começado a se debater os moldes das futuras ações;, disse Mion.

Segundo o vice-presidente, a maioria dos alunos, tanto de medicina como dos outros cursos, não terminou o segundo semestre do ano letivo de 2013 devido aos problemas envolvendo a Galileo. Ele declarou ainda que o Camed e o DCE sempre mantiveram uma boa relação com o movimento dos professores e apoiaram a greve ocorrida no ano passado. ;Na opinião da grande maioria dos alunos da Universidade Gama Filho, o MEC tem sido omisso. Temos avisado isso há dois anos, antes disso acontecer. Avisamos que a situação financeira da faculdade iria influenciar no funcionamento acadêmico. A crise na Gama Filho, diga-se, não é pedagógica, não é acadêmica. A crise é administrativa;, completou o estudante.



O diretor de Comunicações do Diretório Central dos Estudantes, Rafael Lima, disse que os alunos da Gama Filho continuarão lutando para que possam concluir os estudos na universidade onde iniciaram o ensino superior. ;O DCE vai continuar lutando para que a nossa universidade se reerga. Queremos tirar a Galileo Educacional, mas entendemos que a transferência assistida não é uma solução. Porque, no Rio de Janeiro, não existem faculdades para absorver esse grande número de estudantes. Então, a transferência assistida é uma grande loteria. Ninguém sabe para onde vai;, explicou.

A mãe de uma das alunas que está concluindo a faculdade de medicina, Célia Leroy, disse estar muito triste com toda a situação de ;uma das faculdades mais tradicionais do país;. ;Eu acompanho minha filha desde os 3 anos de idade. Ela tem previsão de se formar em novembro deste ano. Agora, com essa transferência assistida, vamos esperar. Eu, como mãe, estou muito triste porque é o sonho da minha filha;, destacou.

Os alunos da Universidade Gama Filho e da UniverCidade marcaram um protesto para as 17h30 na Candelária, no centro do Rio. A manifestação receberá o apoio de movimentos estudantis que estão engajados na luta para reerguer as universidades descredenciadas.