A Polícia Militar do Maranhão está executando na capital do estado, São Luís, a Operação Transporte Coletivo Seguro, como resposta à ação de criminosos que incendiaram quatro ônibus na última sexta-feira (3/1). Segundo o comandante do Policiamento Metropolitano, tenente-coronel Marco Antônio Alves, seis viaturas estão sendo preparadas especificamente para atender à operação.
[SAIBAMAIS];Após os acontecimentos, consolidamos um planejamento e temos policiais nos principais corredores de ônibus, tanto embarcados como na fiscalização dos veículos;, disse o coronel Alves. Ele explicou ainda que o sindicato da categoria dos transportes também indicou pontos em áreas mais violentas, além do uso das estatísticas da própria Polícia Militar.
Sobre o apoio da Força Nacional para conter a onda de violência no estado, cujo reforço do efetivo foi defendido pelo Ministério Público do Maranhão, o coronel Alves disse que a Polícia Militar trabalha com planejamento e que tem alcançado as metas. ;Não podemos entender a questão da segurança como da polícia A ou B, mas temos um efetivo que é compatível para atender à demanda e a PM tem alcançado seus objetivos, de acordo com sua missão;.
Na última segunda-feira (6/1), o Sindicato dos Revendedores de Combustíveis do Maranhão emitiu nota orientando os donos de postos de combustíveis em todo estado, notadamente na região metropolitana de São Luís, que suspendessem a venda de combustíveis a granel. Segundo o presidente da instituição, Orlando Santos, o sindicato não pode proibir a venda, mas, em comum acordo com o comando da PM, a orientação foi enviada para dificultar o acesso à gasolina. ;É uma medida preventiva, que já gerou uma certa tranquilidade na população e nos revendedores;, argumenta.
A medida é emergencial e será adotada por tempo indeterminado, até que os proprietários de postos de combustíveis se sintam seguros novamente. Para o tenente-coronel Alves, a segurança pública não é de responsabilidade exclusiva dos órgãos de segurança: ;A medida ajuda e é desse forma que entendemos, cada um fazendo a sua parte;, explicou. Ainda segundo ele, ;os postos agora estão dando provimento a uma medida que é nacional;. ;Esse quadro de crise no sistema penitenciário está instalado em todo Brasil, não estamos falando de um caso isolado do Maranhão. E a resposta precisa englobar todas as instituições, não só os órgãos de segurança, é uma mobilização nacional e não podemos admitir que determinados segmentos fiquem afastados do processo;, disse o coronel Alves.
Em 2007, a Câmara dos Deputados investigou, por meio de comissão parlamentar de inquérito (CPI), o sistema carcerário nacional, dando especial atenção para os problemas que existiam nas prisões do Maranhão. No capítulo dedicado ao estado, a CPI informou no relatório final dos trabalhos, divulgado no ano seguinte, que o estado tinha 5.258 presos para apenas 1.716 vagas, com déficit de 3.542 lugares. Sobre as vítimas do incêndio ao ônibus na Vila Sarney Filho, a Secretaria de Saúde do Maranhão informou que o paciente Márcio da Cruz Nunes, de 37 anos, que teve 72% do corpo queimado, continua em estado grave, sedado e respirando com ajuda de aparelhos. Ele foi transferido ontem em UTI aérea para o Centro de Referência de Queimados, em Goiânia.
A paciente Juliane Carvalho Santos, de 22 anos, mão da menina Ana Clara, que não resistiu às queimaduras e morreu na segunda-feira (6), está sendo acompanhada e não corre risco de morte. Ela deverá ser transferida ainda hoje em UTI aérea para Brasília, a pedido da família. Abyancy Silva Santos, de 35 anos, continua internada, mas deve receber alta até o final de semana. Lorrane Beatriz Santos, de 1 ano e 5 meses, irmã de Ana Clara, continua internada no Hospital Infantil Estadual Juvêncio Matos, mas passa bem e, assim como Abyancy, deve receber alta na próxima semana.