Jornal Correio Braziliense

Brasil

Lapa recebe programa para moradores de rua e dependentes químicos

O Programa, iníciado em 2013, busca inserir na sociedade os dependentes químico. Segundo a secretaria, 929 pessoas receberam atendimento. Do total, 600 dependentes decidiram continuar o tratamento

Moradores de rua dependentes de álcool e drogas, que vivem na Lapa, no centro da capital fluminense, começaram a receber nesta segunda-feira (6/1) atendimento da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social para combater o vício. O Programa Proximidade, que teve início em 2013, busca inserir na sociedade os dependentes químicos.

A primeira localidade a receber a iniciativa, no ano passado, foi o Parque União, comunidade no Complexo da Maré, na zona norte da cidade. Segundo a secretaria, 929 pessoas receberam atendimento, sendo 729 homens e 200 mulheres. Do total, 600 dependentes decidiram continuar o tratamento.

De acordo com o vice-prefeito e secretário de Desenvolvimento Social, Adilson Pires, o programa está obtendo sucesso porque não impõe o tratamento ao dependente. ;Nosso objetivo é estar presente onde está o usuário, e ganhar a confiança dele. Com isso, em um momento de lucidez, o usuário terá a oportunidade de iniciar o tratamento;, disse Pires.



Sobre a internação compulsória dos usuários de crack no Parque União, no início do ano passado, Adilson Pires garantiu que não agirá mais dessa forma. "Não é a melhor forma de enfrentar o problema. Ficou comprovado, com a atuação do programa no Parque União, que a política acolhedora apóia o usuário na sua mudança. Ele começa a enxergar a prefeitura como um parceiro para sua recuperação. É o grande diferencial;, disse Pires.

A iniciativa de atuar nos pontos de uso de drogas foi baseada em pesquisa do Ministério da Justiça e a Fundação Osvaldo Cruz. ;Foi revelado que 80% dos usuários de crack querem deixar o vício, mas apenas 20% procuram ajuda. Os outros 60% deixam de procurar tratamento por não saberem aonde ir ou com quem falar;, dissse o secretário.

Os dependentes assistidos pelos agentes sociais do município são incluídos na rede de proteção social da prefeitura, que comporta, entre outras ações o acolhimento e o tratamento ambulatorial contra a dependência química.