Rio de Janeiro- O grupo de 24 manifestantes retirado do antigo Museu do Índio na manhã desta segunda-feira (16/12) será autuado por resistência (quando há violência ou ameaça a servidor encarregado de cumprir a lei), disse o delegado da 18; Delegacia de Polícia (Praça da Bandeira), Fábio Barucke. Os manifestantes foram ouvidos, liberados e devem receber penas alternativas no Juizado Especial Criminal.
Outro manifestante foi detido porque entrou no perímetro de isolamento montado pela Polícia Militar em volta da árvore em que o índio Zé Guajajara mantém o protesto. De acordo com o delegado, ele responderá por resistência, desobediência e desacato, por ter xingado os policiais que o retiraram à força.
Como a pena pode chegar a quatro anos e seis meses, esse manifestante será encaminhado à justiça comum, e terá de pagar fiança de um salário mínimo para ser liberado. A decisão judicial que fundamentou a ação da polícia é a mesma que removeu a ocupação do museu em março deste ano. Em agosto, os manifestantes voltaram ao prédio.
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A advogada que representa os autuados questionou a ação da polícia por não ter sido acompanhada por um oficial de justiça e por não ter sido apresentado um mandado. De acordo com o delegado, como a decisão já havia sido cumprida em março, não era necessária a presença de um oficial de justiça.
Manifestantes reclamaram de suposta truculência da polícia: um chegou a improvisar uma tala para o pulso, que afirmou ter sido machucado. Exames de corpo de delito serão feitos para apurar as denúncias.
Outra pessoa foi autuada por receptação, por ter sido encontrada pela polícia com objetos de escritório, clipes, DVDs e CDs, que seriam do Laboratório Nacional Agropecuário, do Ministério da Agricultura. Os policiais supõem que a mercadoria apreendida foi retirada do laboratório, invadido pelos manifestantes no domingo. O prédio é vizinho ao antigo Museu do Índio e será demolido.