Um dos coordenadores responsáveis pela metodologia da pesquisa, o professor da UFMG Cláudio Beato, que considerou os dados ;surpreendentes;, destacou a amplitude do levantamento divulgado. ;Nós temos esse tipo de pesquisa na Inglaterra, no México. Os Estados Unidos fazem isso, por exemplo, desde os anos 1960. Há também dados feitos pela ONU e pesquisas brasileiras, mas nenhuma de abrangência nacional até agora;, descreve. Uma das revelações mais interessantes, segundo Beato, é a baixa procura da polícia por parte da população. Entre os entrevistados, só 19,9% registraram boletim de ocorrência sobre os crimes sofridos um ano antes da pesquisa. ;Há essa diferença entre o que é notificado e o que efetivamente ocorre;, diz.
O levantamento, que ouviu cerca de 78 mil brasileiros, de 346 municípios de todas as unidades da Federação, entre 2010 e 2012, trouxe informações que permitem entender a dimensão da violência para além dos registros oficiais. Entre os entrevistados, 32,6% disseram já ter sofrido algum dos doze tipos de crimes listados em algum momento da vida, e outros 21% foram vítimas no ano anterior à visita dos pesquisadores. Entre os delitos pesquisados, o mais comum é a agressão física e verbal, sofrida por 14,3% dos ouvidos. A discriminação, como injúria racial, aparece em segundo lugar, com 10,7%, seguido pelo furto de objetos, com 9,8%.
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