Estudo divulgado nesta terça-feira (3/12) com base no desempenho de alunos de 15 anos mostra que o Brasil foi o país com o maior avanço na média em matemática entre 65 nações. A performance, entretanto, ainda está aquém do patamar considerado pela Organização para a Cooperação do Desenvolvimento Econômico, organismo internacional que conduz o Programa Internacional de Avaliação de Alunos (em inglês, a sigla é Pisa) desde 2000. Enquanto a média da entidade vai de 494 a 501 pontos, o Brasil ficou com notas entre 356 e 391. No geral, o Brasil fica entre a 57; e 69; posição no ranking do Pisa.
O Pisa consiste em uma avaliação que é aplicada a cada três anos em estudantes de colégios escolhidos aleatoriamente e mede os conhecimentos em matemática, leitura e ciências. A maior concentração de perguntas do exame em 2012 foi em matemática, com 65% das questões direcionadas para essa disciplina. Embora tenha havido crescimento na nota de 2003, quando a média era 356 e passou para 391, o país ainda está abaixo do Chile, México, Uruguai e Costa Rica, por exemplo, e quase empatado com a Argentina. Somente 1% dos estudantes brasileiros são tem conhecimentos avaliados como avançados na disciplina. No caso de ciências e matemática, o Brasil também está abaixo da média considerada ideal pela organização.
[SAIBAMAIS]Segundo o Ministério da Educação, as escolas que tiveram melhor desempenho no exame foram as federais, seguidas pelas particulares, estaduais e municipais.
Na avaliação do ministro da Educação, Aloizio Mercadante, embora o índice ainda mostre o Brasil mal posicionado internacionalmente, o avanço do país deve ser considerado. "Ainda temos muito a fazer, mas para um país que investe menos de um terço por estudantes do que a média da Oecd e de países da Europa, é uma grande vitória (a evolução)", disse. O ministro ressaltou, também, que o Brasil foi o segundo país que mais incluiu alunos na rede pública de ensino - 420 mil alunos a mais entre 2003 e 2012.
Em relação, à baixa posição no ranking, o ministro afirmou que há de se ter cuidado nas comparações porque as amostras representadas de outros países são diferentes. "É mais fácil um país com menos estudantes conseguir atingir um nível melhor", disse. No caso do Brasil, cerca de 18 mil alunos foram avaliados em 767 escolas. "Na China, foram 50 escolas. Isso os coloca numa posição muito confortável", completou.