Jornal Correio Braziliense

Brasil

Site usado por mãe que doou bebê em Minas está na mira da polícia

Renata Soares da Costa usou página na internet para discutir a entrega do filho ao casal de adolescentes cariocas

Um site está na mira da Polícia Civil do Rio de Janeiro por indícios de incentivo à adoção ilegal, segundo o delegado adjunto da Delegacia Anti-Sequestro, Eduardo Soares. A página virtual teria sido usada por Renata Soares da Costa para discutir a entrega do filho ao casal de adolescentes cariocas. Segundo o policial, o site mantinha a frase ;;Não entre em fila de adoção;;, que, para ele, induz à prática criminosa. Uma cópia do site com a frase foi juntada ao auto de apreensão de adolescente por prática de ato infracional, encaminhado à Justiça, à Delegacia de Repressão aos Crimes de Informativa do Rio de Janeiro e à Polícia Civil mineira.



O delegado Eduardo Soares explicou que os adolescentes podem responder por ato infracional com base no artigo 237 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). O texto trata da subtração de incapaz para colocação em lar substituto. Eles poderiam ser punidos com a determinação de cumprimento de medida socioeducativa ou serem levados para centros de internação de menores.

[SAIBAMAIS]Tráfico

Ambas as polícias não vêem na negociação para entrega do bebê indícios de envolvimento com tráfico de crianças. ;;Não foi constatado nos mais de 20 e-mails trocados entre a mãe biológica nenhuma negociação sobre valores. O casal também nega que tenha pago. Apenas disseram que queriam uma criança e que pagaram R$ 1 mil a um taxista para buscá-lo em Minas;;, disse Eduardo.

Nas conversas eletrônicas iniciadas em outubro, Renata chegou a dizer à adolescente que queria doar o filho, mas que não poderia revelar o motivo. Também pedia para que a garota cuidasse bem da criança. Em um dos últimos e-mails combinaram o encontro na rodoviária, dizendo a cor das roupas com que estariam.

Depressão pós-parto

A depressão pós-parto atinge 10% das mulheres e leva ao afastamento do convívio social e familiar. Pode ser percebida por dificuldades na amamentação e é relacionada com o histórico de doenças psiquiátricas na família. O tratamento é feito com terapia e, em casos mais graves, medicação. O processo, às vezes, pode passar despercebido por parentes, até chegar a uma situação extrema. Se não tratada, a depressão pós-parto pode levar a mãe a desprezar o bebê. Um dos problemas que dificulta a identificação da doença é a rotina de cuidados com a criança nos primeiros meses, como choro excessivo, noites mal dormidas e cansaço da mãe.