Belo Horizonte - Um Palio preto que ficou rondando a casa dos pais do bebê raptado no Centro de Belo Horizonte pode ser a principal pista para a polícia solucionar o mistério que cerca o desaparecimento da criança. O menino Arthur Pietro, de dois meses, foi retirado dos braços da mãe por dois homens e uma mulher, por volta das 13h40 de sábado, em frente ao número 235 da Avenida Oiapoque. No domingo (24/11), uma vizinha da família de Arthur, que mora no Bairro Icaivera, em Contagem, na Região Metropolitana, ficou sabendo do crime e contou que na sexta-feira um Palio com placa de Belo Horizonte ficou das 11h às 16h30 dando voltas no quarteirão e passando devagar em frente à casa das vítimas. O número da placa foi anotado e será passado para a delegacia responsável pela investigação. O marido da testemunha é policial e já verificou que não há queixa de furto ou roubo do veículo.
Sentindo muita falta do filho, Renata contou que ontem, às 5h30, instintivamente, foi ao berço pegá-lo para amamentar, como sempre fez. ;Eu esqueci o que tinha acontecido. O berço estava vazio e comecei a chorar. Só ficaram as roupinhas, os brinquedos e os produtos que eu usava para dar banho nele;, disse a mãe, chorando. ;Ele sempre acordava sorrindo e não chorava. Ficava resmungando e eu o levava para a nossa cama;, contou. Ontem, a família começou uma campanha pela internet divulgando fotos da criança e telefones de contato para quem tiver informações. Cartazes estavam sendo confeccionados.
Arma nas costas
Em seu depoimento à polícia, Renata informou que pegou um ônibus no seu bairro e foi comprar uma blusa de presente para uma cunhada no Centro de BH. Ela disse que desceu na Estação Eldorado e seguiu de metrô. Ao descer da passarela da Estação Lagoinha, foi abordada pelos ocupantes de um carro preto, um casal de orientais de olhos puxados, cabelos pretos e lisos e que falava uma língua que ela não entendia. Segundo ela, o casal estava acompanhado de um homem que falava português e que a ameacou com uma arma encostada nas costas.
;Ele ameaçou atirar se eu olhasse para trás. A mulher puxou o bebê dos meus braços e o homem pegou a bolsa com as fraldas e o leite do meu filho;, disse a mãe. Em seguida, Renata comprou um cartão telefônico numa banca, telefonou para o marido e depois avisou a polícia. A câmara de monitoramento do Olho Vivo que poderia ter flagrado a cena está com defeito. A polícia tenta conseguir imagens com comerciantes da região.
Na tarde de ontem, a Polícia Civil informou que equipes estavam investigando o caso e que ainda não tinha pistas sobre o que aconteceu. Se houver pedido de resgate, o caso será investigado pelo Deoesp. Caso contrário, a Delegacia Especializada em Pessoas Desaparecidas assumirá as investigações. Qualquer informação pode ser dada pelo Disque-Denúncia, telefone 181, e a pessoa não precisa se identificar.