Jornal Correio Braziliense

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Ministro diz que órgãos de segurança precisam corrigir falhas

Dado mostra que 70% das pessoas não creem nas polícias brasileiras

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse que a constatação de que 70% das pessoas não creem nas polícias brasileiras indica que os órgãos de segurança pública de todo o país precisam corrigir suas falhas e tentar reconquistar a confiança da população brasileira. O percentual é resultado de uma pesquisa feita pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) para a elaboração do Índice de Confiança na Justiça Brasileira.

"Acredito que esse dado mostra a necessidade de construirmos uma atuação policial que volte a inspirar confiança na população", disse o ministro nesta terça-feira (5/11) em Brasília (DF). Para Cardozo, é importante que todos os envolvidos com o assunto, principalmente as autoridades policiais, reflitam sobre o resultado da pesquisa de opinião pública, que integra o 7; Anuário Brasileiro de Segurança Pública do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

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"Temos que refletir onde está a falha e como e onde a corrigir. Os órgãos policiais têm que perceber de que maneira recuperar essa confiança. Os procedimentos equivocados e as ilegalidades têm que ser corrigidos e as corporações em geral têm que ter clareza de que, quando há vícios, tem que cortar na própria carne. Temos um trabalho [a fazer] para readquirir a confiança da população nas autoridades policiais".

Divulgado esta manhã, em São Paulo (SP), o 7; Anuário Brasileiro de Segurança Pública aponta que, em 2012, pelo menos 1,89 mil pessoas foram mortas em confrontos com policiais civis e militares. A taxa é uma das mais altas do mundo. Segundo o estudo, nos Estados Unidos, por exemplo, 410 pessoas foram mortas em confrontos com policiais durante o ano passado.

O Fórum Brasileiro de Segurança Pública também critica a ineficiência do sistema de segurança pública brasileiro, com policiais mal pagos, baixas taxas de esclarecimento de crimes e condições precárias de encarceramento de presos. "Não conseguimos oferecer serviços de qualidade, reduzir a insegurança e aumentar a confiança da população nas instituições", aponta o anuário.