Jornal Correio Braziliense

Brasil

Presidente do TJ do Rio classifica como atentado ação de bandidos em Bangu

A desembargadora reconheceu que é preciso rever o protocolo dos tribunais e procedimentos da Secretaria de Administração Penitenciária

Rio de Janeiro - A presidenta do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), Leila Mariano, classificou como "atentado", a tentativa de resgate de presos do Fórum de Bangu, na zona oeste do Rio, na quinta-feira (31/10). Ela defendeu, hoje (4/11), as videoconferências para oitivas e julgamento de presos. O episódio no Fórum causou a morte de um policial militar e de uma criança de 8 anos.

"O que houve em 31 de outubro, no Fórum de Bangu, foi um verdadeiro atentado", disse. Segundo a presidenta do tribunal, 15 bandidos participaram do episódio, que foi tramado fora de presídios. "Meliantes transitaram de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, até Bangu, com armas de grosso calibre", destacou.

A desembargadora reconheceu que é preciso rever o protocolo dos tribunais e procedimentos da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) para evitar que episódios como o ocorrido no Fórum de Bangu se repita. A seu ver, os setores de inteligência das polícias Militar e Civil falharam ao não detectar a tentativa de invasão do Fórum, pelos bandidos.



"Onde estavam os órgãos de inteligência? Vamos levar esse questionamento para o governador [Sérgio Cabral] e para o secretário de Segurança [José Mariano Beltrame]", frisou Leila Mariano. Está marcado para terça-feira (5/11) uma reunião entre o governador e o secretário. "Não queremos apontar culpados, mas é preciso uma união para a solução", declarou.

Para a desembargadora, o ocorrido é um problema de segurança pública e põe em risco a sociedade. "O crime está recrudescendo, com violência e ousadia. Quinze indivíduos armados com fuzil se preparam para invadir o Fórum", ressaltou Leila.

Por causa do episódio, o Tribunal de Justiça organiza para quarta-feira (13) um debate sobre a adoção de videoconferências. "Queremos ouvir os prós e os contras [das videoconferências]", disse Leila. Ela avalia que essa discussão também deve ser feita em nível federal para que sirva a outros estados.