Gritando frases como ;UPP pra quê? Para matar ou para morrer?;, ;Au, au, au, cachorrinho do Cabral;, ;Ino, ino, ino, cemitério clandestino;, os manifestantes foram dando ao ato uma conotação cada vez mais política, com apoio de partidos, como o PSTU, e centrais sindicais, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Central Sindical e Popular (Conlutas). A sobrinha de Amarildo, Michelle Lacerda, defendeu o direito de ir e vir dos filhos dos moradores da favela e acusou o governo de Sérgio Cabral, assegurando que as UPPs são ;uma política que de segurança não tem nada;.
Três motoqueiros da própria UPP escoltaram os participantes da passeata até a base da unidade, onde foram recebidos pela comandante, major Pricilla de Oliveira Azevedo. Ela permitiu que os manifestantes entrassem no local para reverenciar Amarildo, desde que o ato fosse feito de maneira pacífica, o que de fato ocorreu. A major Pricilla não quis falar com a imprensa. De acordo com denúncia feita na ocasião pelo movimento social Favela Não se Cala, mais de 10 mil pessoas morreram nas favelas do Rio de Janeiro na última década.
Apesar do movimento da família, que reclama os restos mortais de Amarildo, ao longo do percurso foram ouvidas várias expressões de insatisfação dos moradores com a passeata e a indefinição do caso do ajudante de pedreiro, que se arrasta há quatro meses.