A manifestação de Roberto Carlos, interpretada por muitos como um recuo da classe artística no posicionamento adotado anteriormente, não passa de uma mudança estratégica de discurso, na avaliação dos que desejam ver derrubada a necessidade de autorização prévia. Eles apostam que os vídeos de artistas do Procure Saber que já se manifestaram sobre o tema, como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Djavan, virão com a mesma retórica: contra a proibição prévia, até para se livrarem da pecha de censores causada pelas declarações que incendiaram as redes sociais nas últimas semanas, mas alegando necessidade de mudanças em nome da intimidade dos biografados.
;A entrevista do Roberto me pareceu mera estratégia. Por um lado, talvez uma parte desses artistas tenha reconhecido que o mecanismo da lei atual é inconstitucional porque dá controle absoluto aos biografados, o que não existe em nenhum lugar do mundo civilizado e desenvolvido. Mas, por outro lado, quando perguntado se liberaria a própria biografia, ele diz que é preciso analisar, sem dar justificativas;, diz Gustavo Binenbojm, advogado da Associação Nacional dos Editores de Livros, que entrou com uma ação direta de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal questionando os dois dispositivos do Código Civil que admitem da autorização prévia para publicação de biografias no Brasil.
A matéria completa está disponível para assinantes. Para assinar, clique