João Henrique do Vale/Estado de Minas
postado em 17/09/2013 19:07
O goleiro Bruno Fernandes sofreu mais uma derrota na Justiça. O juiz da Vara de Execuções Criminais em Contagem, Região Metropolitana de Belo Horizonte, declarou o atleta como culpado por ter ameaçado outros detentos na Penitenciária Nelson Hungria depois que os presos teriam falado de sua noiva, a dentista Ingrid Calheiros. Com a decisão, que configura uma falta grave, o atleta terá que ficar mais tempo na cadeia para receber a progressão para o regime semiaberto. O benefício ocorreria em 22 de janeiro de 2020, agora, segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), a saída passa para 24 de agosto de 2020.Bruno e outras cinco pessoas respondem pela trama de sequestro e morte de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro, com quem teve um filho. No dia 8 de março, ele foi condenado por homicídio qualificado e ocultação de cadáver de Eliza, além de sequestro do filho do casal, com pena total de 22 anos e 3 meses. Para ter direito à progressão do regime fechado para o semiaberto, em que poderia sair diariamente para trabalhar, Bruno teria que cumprir 7 anos, 9 meses e 15 dias de prisão da pena. Com a falta grave, o juiz determinou a recontagem da progressão para 2 de abril deste ano, data de onde aconteceu a briga entre os detentos. O magistrado também determinou a perda de um terço dos dias trabalhados pelo goleiro até o dia do tumulto.
[SAIBAMAIS]Durante audiência sobre a confusão, em 1; de agosto, o goleiro foi ouvido e negou todas as acusações contra ele. Na ocasião, um agente penitenciário e um detento, que se envolveu na briga, também prestaram depoimento. O advogado Francisco Simim, que defende Bruno, criticou a decisão. ;Nós estávamos na expectativa dele ser absolvido, mas na Justiça vocês fazem audiência com um juiz e um desembargador, mas quando você chega na alegação é outro promotor e ninguém aguenta isso. De qualquer forma ele já cumpriu a punição. A falta vai só para o cadastro dele;, explica o defensor.
Por causa da confusão dentro da Penitenciária Nelson Hungria, Bruno ficou sem o direito a banho de sol por 30 dias, ele foi proibido de receber visitas, sair da cela e trabalhar.
Os advogados de Bruno devem se reunir para tentar uma transferência do preso. ;O tratamento do Bruno há um mês atrás estava sensacional, mas de uma hora para outra mudou. Não sabemos os motivos. Vou encontrar amanhã (quarta-feira) com o Lúcio Adolfo e vamos decidir se pedimos a transferência;, afirmou Simim.