Jornal Correio Braziliense

Brasil

Pelo menos nove manifestantes continuam presos na delegacia em São Paulo

Cinco tinham obtido alvará de soltura e deveriam ser liberados nas próximas horas e quatro podem ser transferidos na segunda-feira (09/09) para um centro de detenção provisória

Pelo menos nove manifestantes continuavam detidos no 2; Distrito Policial, região central, na tarde deste domingo (08/09). Eles foram presos nas manifestações de 7 de Setembro, em São Paulo. Segundo um agente da delegacia, cinco tinham obtido alvará de soltura e deveriam ser liberados nas próximas horas e quatro podem ser transferidos na segunda-feira (09/09) para um centro de detenção provisória.

A Secretaria de Estado de Segurança Pública de São Paulo (SSP) não informou até as 15h45, quantas pessoas foram presas durante a repressão ao protesto.



[SAIBAMAIS]A Polícia Militar (PM) usou, no final da tarde de ontem, bombas de gás lacrimogêneo contra os manifestantes que protestavam contra o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, em frente à Câmara Municipal, no centro da cidade. A repressão começou depois que militantes jogaram pedras na fachada do prédio. O grupo, grande parte integrado por pessoas vestidas de preto e com o rosto coberto, saiu da Avenida Paulista, desceu pela Avenida 23 de Maio e passou pela Praça da Sé, antes de chegar à sede do Legislativo municipal.

No trajeto, a passeata foi ganhando adesões e chegou a ter, segundo a PM, 2 mil pessoas. Depois do início da repressão, os confrontos continuaram até a Praça da Sé. Foram depredadas agências bancárias, uma banca de revista e ao menos uma viatura policial. A Secretaria Municipal de Coordenação das Subprefeituras registrou a destruição de 36 lixeiras. Segundo o órgão, foram recolhidas cinco toneladas de resíduos resultantes dos protestos.

Está marcada para as 18h de hoje (8) uma vigília em frente ao Hospital das Clínicas (HC), zona oeste paulistana, para lembrar a situação dos feridos no protesto de ontem (7). Um deles, Vítor Araújo, foi atingido no olho por um estilhaço de bomba de efeito moral logo no início do confronto entre policiais e manifestantes, em frente à Câmara Municipal, e está internado no hospital. Três pessoas foram atropeladas por um carro particular. Segundo a PM, o motorista se sentiu acuado pelo protesto e acelerou para fugir.

De acordo com André Zanardo, membro do Advogados Ativistas, coletivo que atua em defesa de manifestantes, há ainda outra jovem que foi ferida por policiais e também está internada no HC. Zanardo disse que pode processar o Estado pelos ferimentos causados aos militantes. ;Estamos acompanhando. Depois vamos ver se vamos tomar alguma medida contra o Estado. O principal agora é cuidar da saúde do Vítor;, disse.