Jornal Correio Braziliense

Brasil

Bienal Internacional do Livro no Rio inicia maior edição desde sua criação

Durante os próximos 11 dias, os mais de 950 expositores esperam receber cerca de 600 mil visitantes e vender 2,5 milhões de livros

Mais de 55 mil metros quadrados de livros de todos os gêneros e estilos literários foram colocados à disposição do público na tarde desta quinta-feira (29/8), com a abertura da 16; Bienal Internacional do Livro, no Rio Centro, zona oeste da capital fluminense. A bienal completa agora 30 anos de criação.

Durante os próximos 11 dias, os mais de 950 expositores esperam receber cerca de 600 mil visitantes e vender 2,5 milhões de livros. Farão parte da programação oficial eventos com 200 autores brasileiros e 26 estrangeiros, 100 sessões de debates e cerca de mil lançamentos de livros. Os números expressivos fazem desta edição, a maior desde que a bienal foi criada.

A ministra da Cultura, Marta Suplicy, participou da abertura e ressaltou que os números referentes ao público e ao consumo da feira, neste e em anos anteriores, mostram a avidez da população brasileira por cultura. ;A última edição trouxe 600 mil visitantes e 76% das pessoas compraram livro, uma média de 5,5 livros por pessoa. Percebemos que as pessoas querem muito ter acesso, têm fome de conhecimento, têm fome de cultura;, comentou.



A ministra pediu apoio das livrarias na divulgação do vale-cultura, que a partir de outubro oferecerá auxílio de R$ 50 para consumo em cultura para trabalhadores que ganham até cinco salários mínimos.

O país homenageado este ano é a Alemanha, que preparou um estande de 400 m; para divulgar sua literatura e seus autores com livros em português e alemão, além de propiciar debates com escritores do país.

Entre as novidades desta edição, estão o Placar Literário, com a temática do futebol, e o Acampamento Bienal, com bate-papos voltados para o público jovem, além do Planeta Ziraldo, espaço de 500 m;, dedicado ao mundo infantil, com os personagens do escritor e cartunista Ziraldo, um dos homenageados do evento. Durante a abertura, Ziraldo se disse lisonjeado por contribuir para o estímulo da leitura de crianças e adolescentes.

;A gente precisa de um país de leitores, o livro não faz parte da história do povo brasileiro e precisamos inventar isso, e estamos inventando. As crianças estão lendo, e poder ajudar para que isso aconteça é muito bom;, comemorou ele, ao dizer que não tem fãs, mas leitores. ;O ser humano só está pronto depois que aprende a ler e escrever. Se ele gostar de ler, pode fazer tudo o que quiser;, completou. Ziraldo também estimulou os pais a lerem com e para os filhos.

A bienal terá também, pela primeira vez, um salão de negócios para servir de espaço de encontros de agentes literários e profissionais do mercado editorial de várias partes do mundo.

Já o tradicional evento de debates Café Literário terá programação bem diversificada, segundo o curador Ítalo Moriconi. ;Colocamos convidados dos vários segmentos da literatura. Teremos saraus em homenagem a Paulo Leminski, em homenagem a Vinícius de Moraes, saraus infantis, teremos a presença de Adriana Calcanhoto, dos autores alemães, de Ana Maria Machado;, explicou.

A visitação escolar deste ano recebeu cadastramento de 170 mil alunos. Pela primeira vez em uma bienal, o estudante Alan Isidoro, 17 anos, foi um dos primeiros visitantes do primeiro dia. Ele veio de Barra de São João, Região dos Lagos, com a escola, e comprou quatro livros de mangá, quadrinhos de origem japonesa.

;Gosto mais de ler coisas sobre a cultura oriental. Mangá é meu forte. Estes livros são meus primeiros, porque costumo ler os quadrinhos online, que são de graça. Mas estou achando incrível aqui, muitas coisas diferentes e muita variedade;, explicou.

A professora Edna Martins, do ensino fundamental, aproveitou a tarde de folga para ver tudo antes de decidir o que comprar. ;Cheguei cedo, já passei em alguns estandes, vi alguns livros que posso usar em sala, e na semana que vem trago o cartão [de crédito];, contou.