A médica Neiva Damasceno, ouvida nesta quinta-feira, no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), afirmou que a fibrose cística do estudante Marcelo Pesseghini, suspeito de matar a família e se matar no dia 5, não causava nenhuma alteração de comportamento no menino, então com 13 anos. Ela também negou qualquer influência dos remédios tomados pelo garoto para contar o avanço da doença na postura dele. Neiva acompanhava o tratamento de Marcelo desde que ele tinha um ano de idade
O delegado Itagiba Franco, responsável pelo caso, procurou com o depoimento esclarecer uma das principais lacunas das investigações: a motivação do estudante para cometer os crimes. Isso porque, segundo os relatos colhidos, ele tinha boa relação com os parentes assassinados. Os corpos foram achados no dia 5 com tiros na cabeça e na nuca, na casa da família, na Brasilândia, zona norte de São Paulo.
Itagiba reafirmou que os laudos do Instituto Médico Legal (IML) e da perícia devem ser entregues na semana que vem, permitindo a conclusão do inquérito. Os documentos irão mostrar detalhes como o horário da morte de cada uma das vítimas.
Nessa quarta-feira, 21, foi divulgada uma outra prova incriminando Marcelo. Um vídeo de 36 horas ininterruptas, gravado por uma câmera de segurança de um edifício na frente do local onde o veículo da mãe do estudante ficou estacionado no dia do crime, mostra o garoto saindo sozinho do carro perto de seu colégio.
As imagens reforçam as suspeitas da polícia de que ele teria matado a família na noite do dia 4 ou o início da madrugada do dia 5, dirigido o carro da mãe de madrugada até o colégio e assistido às aulas. Em seguida, o estudante voltou de carona com o pai de um amigo e cometeu o suposto suicídio.
Cerca de 35 pessoas já foram ouvidas desde a abertura do inquérito policial. Franco pediu ainda um parecer do psiquiatra forense Guido Palomba para traçar um perfil psicológico do garoto.