As pautas e reivindicações levantadas pelas manifestações que atravessam o país, desde junho, demonstram a falta de sintonia entre o que querem adolescentes e jovens adultos, e a prática institucional de partidos e governos. A difusão da internet e das redes sociais, somada ao contexto internacional de protestos, deflagrado desde 2011, com a Primavera Árabe e o movimento Occupy Wall Street, são apontados como combustíveis dos movimentos de rua no Brasil. Fatores internos, no entanto, como maior acesso à educação e os gastos com megaeventos esportivos, são coprotagonistas na explosão de revolta da juventude.
;Nos últimos 10 anos, houve uma ampliação significativa do acesso das classes populares à educação. A moçada que está na rua é fruto deste período;, analisa Leila Chalub, coordenadora do Observatório da Juventude da Universidade de Brasília (UnB). Para Paulo Carrano, coordenador do Observatório Jovem da Universidade Federal Fluminense (UFF), quanto maior o grau de escolarização de uma sociedade, maior a disposição ao engajamento.