A expectativa de vida dos brasileiros passou de 62,5 anos, em 1980, para 73,8, em 2010, um ganho de 11,3 anos, ou 18%. Os dados, publicados ontem, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), são ligeiramente diferentes dos contidos no Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), mas confirmam o envelhecimento da população brasileira. A evolução é explicada por fatores como a redução da mortalidade infantil e o aumento de pessoas alcançadas pelos serviços de saúde. Mesmo com o progresso, o Brasil ainda está longe de países como o Japão (83 anos), os Estados Unidos (79) e a Argentina (76). Entre as unidades da Federação, o Distrito Federal é a segunda com maior esperança de vida ao nascer (76,2), atrás somente de Santa Catarina (76,8). Na outra ponta da lista, estão Alagoas (69,2) e Maranhão (68,7).
Para o gerente de Componentes de Dinâmica Demográfica do IBGE, Fernando Albuquerque, fatores simples, como o aumento da captação de esgoto, da coleta de lixo e da oferta de água potável, contribuíram diretamente para a maior longevidade dos brasileiros. ;Além disso, também houve o incremento da cobertura de serviços de saúde, como as campanhas de vacinação e o pré-natal, que influenciam diretamente a mortalidade infantil;, explica.
Manuel Sanches, cientista político da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), avalia que a expectativa de vida foi alavancada, especialmente, nas regiões mais pobres do país, nas quais as estruturas citadas por Albuquerque eram praticamente inexistentes. Justamente nessa regiões, afirma o especialista, há perspectiva de melhorar ainda mais o índice. ;Há espaço para avançar, o ritmo é que vai diminuir. É possível que, nas próximas décadas, os grupos de mais baixa renda tendam a se aproximar dos grupos com maior renda.;
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