Recife ; O governo federal anunciou nesta quarta-feira (24/7) o Programa Ciência sem Fronteiras Espacial, voltado para o intercâmbio de alunos e especialistas em questões espaciais nas áreas de engenharia, pesquisa e indústria. A previsão inicial é conceder 300 bolsas de estudos em graduação, doutorado, pós-doutorado e desenvolvimento de pesquisas. Além de estudantes brasileiros, o programa dará a 150 pesquisadores visitantes oportunidade de atuar no país.
A iniciativa é uma parceria do Conselho Nacional de Desenvolvimento e Científico e Tecnológico (CNPq) e Agência Espacial Brasileira (AEB) para ampliar a formação de estudantes na área espacial, pouco atrativa para os profissionais brasileiros.
;A medida é fruto de uma necessidade de integração, de formação de recursos humanos. O número de pessoas que atuam nessa área é muito pequeno;, disse o presidente da AEB, José Raimundo Braga Coelho. ;Não nos preocupamos somente em mandar o estudante para fora, mas para lugares adequados, em que eles passem pela universidade e também pela indústria [espacial];, completou.
O programa foi lançado durante a 65; Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que está sendo realizada na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Antes do anúncio, ex-bolsistas do Ciência sem Fronteiras relataram suas experiências no exterior.
O estudante Bruno Koff, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), no Rio Grande do Sul, passou um ano estudando engenharia mecânica no Instituto Avançado de Ciência e Tecnologia da Coreia do Sul, o Kaist (apelidado de "MIT coreano"). ;No começo a gente se choca. Assusta ir para Ásia e pensar em comer carne de cachorro, mas é preciso se adaptar e falar outros idiomas, se comunicar com outros países, e o Ciência sem Fronteiras é a chave para tal oportunidade;, disse Bruno.
Já o estudante Pedro Doria Nehme, da Universidade de Brasília (UnB), estagiou na Agência Espacial Americana (Nasa), no Goddard Space Flight Center, em Greenbelt, após o período letivo na Universidade Católica da América (UCA), em Washington. Depois dessa experiência, Nehme será o segundo brasileiro no espaço, ao ganhar uma promoção mundial realizada pela companhia aérea holandesa KLM. Em 2014, Nehme fará uma viagem suborbital, que deve atingir altitude de até 100 quilômetros.
;É uma filosofia diferente de ensinamentos [no exterior]. Nesse tempo [estudando fora], percebi uma aproximação maior do que se estuda na universidade e o que se usa, de fato, na pesquisa;, descreveu.
Entre as barreiras destacadas pelos alunos, estão a dificuldade em aproveitar os créditos das matérias que fizeram em outros países e as limitações ainda impostas pelo idioma. No entanto, dez dos 11 ex-bolsistas que apresentaram suas experiências na reunião da SBPC afirmaram que seria impossível, financeiramente, fazer intercâmbio sem o suporte do programa.
;É um desafio o idioma, ter aula todos os dias em outra língua, mas nos acostumamos rápido. A maior dificuldade mesmo é ficar longe da família;, ressaltou Lídia Mesquisa, estudante de biologia da UFPE. Lídia passou um ano em Melborne, na Austrália.
A presidenta da SBPC, Helena Nader, criticou a falta de regras para aproveitamento, pelas universidades brasileiras, das matérias cursadas durante o intercâmbio. ;A universidade tem que aprender a valorizar os cursos feitos fora do país;, disse Helena. Para a pesquisadora, o programa é ousado, pois "não é trivial enviar 101 mil estudantes para o exterior;.
Ela aposta que a ciência brasileira poderá ver resultados práticos já nos próximos anos.
A iniciativa é uma parceria do Conselho Nacional de Desenvolvimento e Científico e Tecnológico (CNPq) e Agência Espacial Brasileira (AEB) para ampliar a formação de estudantes na área espacial, pouco atrativa para os profissionais brasileiros.
;A medida é fruto de uma necessidade de integração, de formação de recursos humanos. O número de pessoas que atuam nessa área é muito pequeno;, disse o presidente da AEB, José Raimundo Braga Coelho. ;Não nos preocupamos somente em mandar o estudante para fora, mas para lugares adequados, em que eles passem pela universidade e também pela indústria [espacial];, completou.
O programa foi lançado durante a 65; Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que está sendo realizada na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Antes do anúncio, ex-bolsistas do Ciência sem Fronteiras relataram suas experiências no exterior.
O estudante Bruno Koff, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), no Rio Grande do Sul, passou um ano estudando engenharia mecânica no Instituto Avançado de Ciência e Tecnologia da Coreia do Sul, o Kaist (apelidado de "MIT coreano"). ;No começo a gente se choca. Assusta ir para Ásia e pensar em comer carne de cachorro, mas é preciso se adaptar e falar outros idiomas, se comunicar com outros países, e o Ciência sem Fronteiras é a chave para tal oportunidade;, disse Bruno.
Já o estudante Pedro Doria Nehme, da Universidade de Brasília (UnB), estagiou na Agência Espacial Americana (Nasa), no Goddard Space Flight Center, em Greenbelt, após o período letivo na Universidade Católica da América (UCA), em Washington. Depois dessa experiência, Nehme será o segundo brasileiro no espaço, ao ganhar uma promoção mundial realizada pela companhia aérea holandesa KLM. Em 2014, Nehme fará uma viagem suborbital, que deve atingir altitude de até 100 quilômetros.
;É uma filosofia diferente de ensinamentos [no exterior]. Nesse tempo [estudando fora], percebi uma aproximação maior do que se estuda na universidade e o que se usa, de fato, na pesquisa;, descreveu.
Entre as barreiras destacadas pelos alunos, estão a dificuldade em aproveitar os créditos das matérias que fizeram em outros países e as limitações ainda impostas pelo idioma. No entanto, dez dos 11 ex-bolsistas que apresentaram suas experiências na reunião da SBPC afirmaram que seria impossível, financeiramente, fazer intercâmbio sem o suporte do programa.
;É um desafio o idioma, ter aula todos os dias em outra língua, mas nos acostumamos rápido. A maior dificuldade mesmo é ficar longe da família;, ressaltou Lídia Mesquisa, estudante de biologia da UFPE. Lídia passou um ano em Melborne, na Austrália.
A presidenta da SBPC, Helena Nader, criticou a falta de regras para aproveitamento, pelas universidades brasileiras, das matérias cursadas durante o intercâmbio. ;A universidade tem que aprender a valorizar os cursos feitos fora do país;, disse Helena. Para a pesquisadora, o programa é ousado, pois "não é trivial enviar 101 mil estudantes para o exterior;.
Ela aposta que a ciência brasileira poderá ver resultados práticos já nos próximos anos.