CIDADE DO VATICANO - O primeiro papa jesuíta e latino-americano da história, o argentino Francisco, fará sua primeira viagem ao exterior ao Brasil, no continente mais católico do mundo, confrontado pelo aumento dos evangélicos e pelas desigualdades sociais.
O principal objetivo de sua visita ao Rio de Janeiro, de 22 a 28 de julho, é a Jornada Mundial da Juventude (JMJ). Entre 1,5 e 2 milhões de jovens, a maioria vinda da América do Sul, são esperados para participar deste evento, que terá um significado especial depois da renúncia surpresa do Papa Bento XVI, em fevereiro, seguido pela eleição histórica do cardeal Jorge Bergoglio, "vindo do fim do mundo".
Durante os cem primeiros dias de pontificado, Francisco, de 76 anos, conquistou grande popularidade com sua atitude humilde e proximidade das pessoas, mesmo mantendo a mesma linha doutrinária do seu austero antecessor.
Ele viaja ao Brasil em meio a um clima de agitação social, com vários protestos sendo realizados há semanas para denunciar a corrupção, serviços públicos deficientes e o aumento da desigualdade.
Filho de imigrantes italianos, o ex-arcebispo de Buenos Aires, conhece muito bem esses problemas e não teme qualquer manifestação que possa perturbar a sua visita, contou recentemente um de seus amigos, o arcebispo emérito de São Paulo, dom Claudio Hummes.
O Papa, que escolheu eu nome em homenagem a São Francisco Assis para lembrar que a igreja deve ser pobre, denunciou a "tirania do dinheiro", o "capitalismo selvagem" e a "globalização da indiferença" frente a situação dos refugiados e imigrantes.
"Acredito que no Brasil ele continuará a aprofundar e ilustrar as suas posições sociais. Desde sua eleição, ele denuncia as novas formas de escravidão, a exploração, a desigualdade e a irresponsabilidade de certas forças sociais", declarou o vaticanista Marco Politi em entrevista à AFP.
[SAIBAMAIS]No Rio, o Papa, eleito personalidade do ano pela edição italiana da revista Vanity Fair este mês, vai andar a pé pelas ruas da Varginha, no Conjunto de Favelas de Manguinhos, pacificado no ano passado, onde se reunirá com algumas famílias. Ele visitará doentes nos hospitais e fará uma peregrinação ao santuário mariano de Aparecida.
E, acima de tudo, vai se encontrar com jovens de todo o mundo, no âmbito do "Woodstock" católico celebrado a cada dois anos em uma cidade diferente.
Mas os encarregados da segurança do Papa não descartam alterações de última hora na agenda, já que Francisco tem o hábito de surpreender.
Primeiro papa de fora da Europa em sete séculos, Francisco, que recusou o esplendor do Palácio do Vaticano, tem evitado agendar almoços e jantares oficiais com as autoridades brasileiras, preferindo convidar os jovens e os padres das comunidades.
Este papa tem provocado muitas expectativas na América do Sul, especialmente no Brasil, o país mais católico do mundo (123,3 milhões de seguidores, de acordo com números de 2010), mas onde o número de evangélicos cresceu consideravelmente, chegando a pouco mais de 22% da população (42,3 milhões), e onde os rituais afro-brasileiros se misturam com outras religiões.
Relator, em 2007, do documento final do Conselho Episcopal Latino-Americano sobre os problemas do continente, quando ainda era apenas o cardeal Bergoglio, Francisco imprimirá nesta primeira viagem a marca de seu pontificado.
"Vamos ver se ele seguirá ou não o protocolo, se evitará os discursos de boas vindas com as autoridades, etc ... Tudo isso trará sinais", diz Marco Politi, que não exclui a possibilidade de uma reconciliação com a Teologia da Libertação, nascida na América Latina e severamente reprimida pelo Papa João Paulo II.
Fazer as pazes com essa corrente teológica e seus pensadores, como o brasileiro Leonardo Boff, pode contribuir para a revolução pacífica iniciada por Jorge Bergoglio, quando ele disse em sua posse que quer "uma igreja pobre para os pobres".
O principal objetivo de sua visita ao Rio de Janeiro, de 22 a 28 de julho, é a Jornada Mundial da Juventude (JMJ). Entre 1,5 e 2 milhões de jovens, a maioria vinda da América do Sul, são esperados para participar deste evento, que terá um significado especial depois da renúncia surpresa do Papa Bento XVI, em fevereiro, seguido pela eleição histórica do cardeal Jorge Bergoglio, "vindo do fim do mundo".
Durante os cem primeiros dias de pontificado, Francisco, de 76 anos, conquistou grande popularidade com sua atitude humilde e proximidade das pessoas, mesmo mantendo a mesma linha doutrinária do seu austero antecessor.
Ele viaja ao Brasil em meio a um clima de agitação social, com vários protestos sendo realizados há semanas para denunciar a corrupção, serviços públicos deficientes e o aumento da desigualdade.
Filho de imigrantes italianos, o ex-arcebispo de Buenos Aires, conhece muito bem esses problemas e não teme qualquer manifestação que possa perturbar a sua visita, contou recentemente um de seus amigos, o arcebispo emérito de São Paulo, dom Claudio Hummes.
O Papa, que escolheu eu nome em homenagem a São Francisco Assis para lembrar que a igreja deve ser pobre, denunciou a "tirania do dinheiro", o "capitalismo selvagem" e a "globalização da indiferença" frente a situação dos refugiados e imigrantes.
"Acredito que no Brasil ele continuará a aprofundar e ilustrar as suas posições sociais. Desde sua eleição, ele denuncia as novas formas de escravidão, a exploração, a desigualdade e a irresponsabilidade de certas forças sociais", declarou o vaticanista Marco Politi em entrevista à AFP.
[SAIBAMAIS]No Rio, o Papa, eleito personalidade do ano pela edição italiana da revista Vanity Fair este mês, vai andar a pé pelas ruas da Varginha, no Conjunto de Favelas de Manguinhos, pacificado no ano passado, onde se reunirá com algumas famílias. Ele visitará doentes nos hospitais e fará uma peregrinação ao santuário mariano de Aparecida.
E, acima de tudo, vai se encontrar com jovens de todo o mundo, no âmbito do "Woodstock" católico celebrado a cada dois anos em uma cidade diferente.
Mas os encarregados da segurança do Papa não descartam alterações de última hora na agenda, já que Francisco tem o hábito de surpreender.
Primeiro papa de fora da Europa em sete séculos, Francisco, que recusou o esplendor do Palácio do Vaticano, tem evitado agendar almoços e jantares oficiais com as autoridades brasileiras, preferindo convidar os jovens e os padres das comunidades.
Este papa tem provocado muitas expectativas na América do Sul, especialmente no Brasil, o país mais católico do mundo (123,3 milhões de seguidores, de acordo com números de 2010), mas onde o número de evangélicos cresceu consideravelmente, chegando a pouco mais de 22% da população (42,3 milhões), e onde os rituais afro-brasileiros se misturam com outras religiões.
Relator, em 2007, do documento final do Conselho Episcopal Latino-Americano sobre os problemas do continente, quando ainda era apenas o cardeal Bergoglio, Francisco imprimirá nesta primeira viagem a marca de seu pontificado.
"Vamos ver se ele seguirá ou não o protocolo, se evitará os discursos de boas vindas com as autoridades, etc ... Tudo isso trará sinais", diz Marco Politi, que não exclui a possibilidade de uma reconciliação com a Teologia da Libertação, nascida na América Latina e severamente reprimida pelo Papa João Paulo II.
Fazer as pazes com essa corrente teológica e seus pensadores, como o brasileiro Leonardo Boff, pode contribuir para a revolução pacífica iniciada por Jorge Bergoglio, quando ele disse em sua posse que quer "uma igreja pobre para os pobres".