Guilherme Paranaiba/Estado de Minas
postado em 15/07/2013 10:27
Começou na manhã desta segunda-feira (/7) o julgamento do integrante do Bando da Degola, o estudante de direito Arlindo Soares Lobo. Ele é acusado com mais sete pessoas de manter em cárcere privado e matar os empresários Fabiano Ferreira Moura, de 36 anos, que levou 20 facadas, e Rayder Santos Rodrigues, de 39, que foi estrangulado. A sessão no 2; Tribunal do Júri de Belo Horizonte, no Fórum Lafayette, estava marcada para começar às 8h30 e iniciou com atraso. O primeiro passo foi o sorteio do Conselho de Sentença.
O advogado do réu, Marco Antônio Siqueira, diz que vai sustentar a tese de que seu cliente foi coagido a transportar os corpos dos empresários. "Quando o Arlindo viu o meio em que se encontrava, se sentiu pressionado a continuar. Eles queriam, inclusive, matá-lo também", diz o defensor. Já o promotor Francisco Santiago acredita em condenação, com pena entre 40 e 45 anos de prisão. "Arlindo era o braço direito, braço esquerdo, pé direito e pé esquerdo do Frederico. Ele esteve presente em toda a trama, desde o sequestro até a execução", afirma Santiago.
Arlindo responde por homicídio qualificado, extorsão e destruição e ocultação de cadáver, além de formação de quadrilha. Ele está preso desde junho de 2010 e se encontra no presídio Antônio Dutra Ladeira. O estudante de direito seria julgado em dezembro de 2011, com o também acusado Renato Mozer, que pegou 59 anos de prisão. Na época, a defesa pediu adiamento, alegando questão de saúde do réu. Outros três julgamentos de Arlindo foram adiados. No último adiamento, o juiz o mandou se submeter a um exame de sanidade mental, que foi concluído em abril deste ano. Segundo o laudo, Arlindo tinha capacidade mental normal de entendimento na época do crime.
Os crimes contra os dois empresários foram em 7 e 9 de abril de 2010, em um apartamento no Bairro Sion, Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Para dificultar a identificação, o grupo decapitou e retirou os dedos das vítimas, que foram enroladas em lonas plásticas e queimadas numa estrada de terra de Nova Lima, região metropolitana. As cabeças e os dedos não foram encontrados.
Com informações de Pedro Ferreira