O segundo mês de protestos no Brasil foi aberto com menos gente nas ruas e novos episódios de violência. Na noite de quarta-feira, após horas de uma mobilização pacífica, manifestantes e policiais entraram em confronto no Leblon, elegante bairro da Zona Sul carioca e um dos metros quadrados mais caros do país. O gás lacrimogêneo, cujo efeito podia ser sentido dentro de alguns apartamentos, foi o estopim para que moradores do bairro lançassem um abaixo-assinado, pedindo ao governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) que vá para ;o lugar destinado a ser moradia do governador do Estado do Rio de Janeiro: o Palácio Laranjeiras;, de acordo com um trecho do documento, escrito pela psicóloga Cynthia Clark, de 60 anos.
;Não tenho esperança de que ele atenda ao pedido, mas, pelo menos, vai ficar sabendo que tem vizinhos que estão descontentes desde 2007, quando ele assumiu o primeiro mandato e as passeatas começaram a passar por aqui;, explica Cynthia, que, apesar de incomodada, apoia as manifestações, desde que pacíficas. Ela mora na Rua Aristides Espíndola, mesmo endereço de Sérgio Cabral que, por dez dias, virou acampamento do grupo ;Ocupa Cabral;. Os manifestantes queriam marcar uma audiência com o governador, mas foram expulso da rua na madrugada de terça-feira.