Jornal Correio Braziliense

Brasil

Cotidiano dos idosos é administrar aposentadoria e aumento de despesas

Dos 22,3 milhões de brasileiros, com mais de 60 anos, 3,7 milhões voltaram a trabalhar %u2013 em empregos fixos ou temporários

O cotidiano dos idosos é baseado geralmente na administração dos benefícios da aposentadoria com os gastos e o aumento de despesas. Dos 22,3 milhões de brasileiros, com mais de 60 anos, 3,7 milhões voltaram a trabalhar ; em empregos fixos ou temporários. Muitos se queixam das dificuldades, pois ajudam parentes e amigos. Pelo menos 15,8 milhões se dizem chefes de família.

É o caso do marceneiro aposentado Manoel Lopes, de 61 anos. Lopes disse que sua sorte é ter casa própria, do contrário, sua vida seria mais difícil. ;Eu gasto pouco e faço minhas economias, como não pago aluguel, dá pra viver. Não gasto com roupa, nada disso. Gasto muito pouco com medicamentos, coisinha de R$ 10 a R$ 15;, ressaltou.

Econômico, Lopes disse que sempre tenta ajudar um parente que esteja precisando de suporte financeiro. ;De vez em quando ainda dá para ajudar um filho ou um neto que precise;, destacou o aposentado.


Lopes faz parte do perfil da pesquisa Idosos no Brasil, do Instituto DataPopular. O diretor do instituto, Renato Meirelles, fez o levantamento de dados com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),e entrevistas nas principais cidades das cinco regiões do país, de outubro a dezembro de 2012.

;Para o idoso, trabalhar é um valor a ser respeitado. Mas a maioria volta a trabalhar porque a aposentadoria é insuficiente;, disse Meirelles. ;Mas todos têm muito orgulho de dizer que, embora aposentados, ainda trabalham;, acrescentou. ;Na prática, o que muitos ganham por ter experiência perdem pela baixa escolaridade, infelizmente.;

[SAIBAMAIS]O funcionário público aposentado Benedito da Rocha, de 73 anos, reclama das dificuldades financeiras e das despesas que têm com a mulher, que é diabética e sofre de doença de Chagas, fazendo uso de uma série de medicamentos. ;Tá tudo muito caro. A inflação subiu e o salário não foi corrigido de acordo com esse aumento. Minha mulher tem diabetes e Chagas [doença]. Ela precisa de uma boa alimentação. Verdura é caro;, disse.

Estudo da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) mostra que renda familiar inferior a R$ 291 indica classe baixa. Se a renda familiar fica entre R$ 291 e R$ 1.019 aponta para a classe média.