[SAIBAMAIS]Por volta das 16h, os manifestantes começaram a se concentrar em frente ao Theatro Municipal, na região central de São Paulo. Antes mesmo de a passeata começar, pelo menos 10 pessoas já haviam sido detidas. Policiais abordavam os grupos que se preparavam para engrossar o protesto, revistado mochilas e bolsas. A estratégia da polícia era impedir que os manifestantes chegassem à Avenida Paulista ; palco dos tumultos da última terça-feira. Os poucos conseguiram furar o bloqueio foram reprimidos pela PM. Os principais confrontos entre os agentes de segurança e os manifestantes ocorreram nas ruas que davam acesso à Paulista, principalmente na Augusta e na Consolação. Pelo menos 50 pessoas, incluindo policiais, foram atendidas em um posto de emergência médica montado em um centro cultural. Muitas ficaram feridas, entre elas jornalistas. Repórteres chegaram a ser atingidos por balas de borracha.
No início da noite, o major Lídio Costa Junior, do Policiamento de Trânsito da PM, admitiu que a situação havia saído do controle, ao afirmar que não poderia mais se responsabilizar pelo que aconteceria. Do lado dos manifestantes, as queixas eram de truculência policial e provocação. Eles reclamavam de bombas de gás lacrimogêneo que teriam sido lançadas pela polícia dentro do campus Consolação da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP). Alguns motoristas que ficaram parados nas ruas tomadas pelo protesto trancaram os carros e saíram a pé pelo meio da confusão.
Anistia critica
O ministro José Eduardo Cardozo afirmou que o governo federal está à disposição de São Paulo para o que for necessário. Ele condenou os protestos, classificando como ;lamentável; a prática de atos de violência e vandalismo por parte dos manifestantes. Por outro lado, a Anistia Internacional manifestou, em nota, preocupação com o aumento da violência na repressão aos protestos no Rio de Janeiro e em São Paulo. ;Também é preocupante o discurso das autoridades sinalizando uma radicalização da repressão e a prisão de jornalistas e manifestantes;, ressaltou o comunicado. A entidade destacou também ser ;contra a depredação do patrimônio púbico e atos violentos de ambos os lados;. Por volta das 21h30, o tráfego na Avenida Paulista, que havia sido interrompido, foi liberado pela PM.