Após oito dias ocupando o principal canteiro de obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, a cerca de 55 quilômetros de Altamira (PA), os cerca de 150 índios que permaneciam no local deixaram o empreendimento na manhã desta terça-feira (4/6), como resultado de acordo feito na semana passada com o governo federal.
[SAIBAMAIS]O principal pedido dos índios é a suspensão de todos os empreendimentos hidrelétricos na Amazônia até que o processo de consulta prévia aos povos tradicionais, previsto na Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) - internalizada pelo país em 2004 - seja regulamentado. A reunião em Brasília foi a forma encontrada pelo governo federal para reduzir a tensão no empreendimento e negociar a desocupação do canteiro de obras. Inicialmente, os índios exigiam que um representante do Poder Executivo fosse ao local negociar as reivindicações com o grupo.
O governo, contudo, conseguiu convencê-los de que, em Brasília, a negociação seria mais frutífera, já que, se necessário, ministros e membros da equipe de governo poderiam ser consultados com maior facilidade. Na quinta-feira (30/5), os índios aceitaram a proposta de enviar uma delegação à capital federal, desde que pudessem permanecer no canteiro por mais alguns dias. Em contrapartida, o grupo permitiu ao Consórcio Construtor Belo Monte retomar as obras, paralisadas por razões de segurança.