São Paulo ; Centenas de pessoas participaram hoje (1;) da 11; Caminhada de Lésbicas e Bissexuais, que teve início no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista. Manifestantes empunhavam uma grande faixa com os dizeres ;O Estado brasileiro é laico; e pedindo o fim da homofobia. A Polícia Militar estimou a presença de 500 pessoas no início da caminhada. A expectativa dos organizadores era atrair 1,5 mil pessoas.
[SAIBAMAIS]Os manifestantes fecharam três faixas da Avenida Paulista, sentido Paraíso-Consolação, e desceram a Rua Augusta até a Praça Roosevelt, no centro da capital, onde está programada, para mais tarde, uma série de shows.
;Esse é um evento político para trazer visibilidade à causa das mulheres lésbicas e bissexuais;, disse Mariana Rodrigues, da Liga Brasileira de Lésbicas e analista de relações internacionais, uma das organizadoras do evento.
Segundo Mariana, uma das principais lutas do movimento ainda é o do direito à vida, à segurança e à integridade do próprio corpo. ;A gente tem muito medo de andar na rua e ser espancada. As mulheres, principalmente, sofrem estupros corretivos para que ;possam deixar de ser lésbicas;. A integridade física é o mínimo e não é garantida. A violência homofóbica tem crescido muito, comprovada por pesquisas e estatísticas;, disse em entrevista à Agência Brasil.
O casal Cristiane Eugênio e Ana Paula Maria do Carmo acompanhou o evento pela primeira vez. Casadas desde novembro do ano passado, elas relatam episódios de discriminação e contam que foram obrigadas a esconder o relacionamento por muito tempo, principalmente na igreja que frequentavam.
;Já sofremos preconceito. Ficamos nove anos em uma mesma igreja, mas lá não podíamos nos assumir [homossexuais];, contou Cristiane. Hoje, elas frequentam um novo templo religioso que aceita as duas como casal. ;As pessoas precisam respeitar a orientação sexual que nós temos e saber que isso não é um problema demoníaco e que também não é uma escolha: nós nascemos assim e vamos ser assim;, disse Cristiane.