Jornal Correio Braziliense

Brasil

Amostras da flora brasileira que estão na Europa serão resgatadas

As amostras foram levadas aos países por missões estrangeiras que passaram pelo Brasil entre os séculos 18 e 20

Rio de Janeiro - Cerca de 540 mil amostras da flora brasileira que fazem parte das coleções dos museus Nacional de História Natural, de Paris, e do Kew Gardens, de Londres, serão integradas ao herbário virtual Jardim Botânico do Rio. As amostras foram levadas aos países por missões estrangeiras que passaram pelo Brasil entre os séculos 18 e 20.

A coordenadora do herbário físico do Jardim Botânico e do futuro herbário virtual, Rafaela Campostrini Forzza, explicou que as plantas podiam ser consultadas pelos botânicos brasileiros, para teses de mestrado e doutorado, porém precisavam ir a Europa para verificá-las. Com a integração do material ao herbário virtual, mais pessoas terão acesso ao material.

;Agora, o que a gente vai fazer é dar acesso a essas imagens para muito mais gente, ao mesmo tempo, o que é muito bom. É difusão científica isso. E todo mundo poderá ter acesso a uma informação que é preciosa para o Brasil, já que essas amostras foram coletadas aqui e vão nos ajudar a conhecer melhor nossa flora;, disse a coordenadora, em entrevista à Agência Brasil.

Rafaela frisou que a soma das amostras que estão na Europa e as das coleções brasileiras darão aos pesquisadores e ao próprio Brasil acréscimo de conhecimento.



Além das coleções de Paris e de Londres e do próprio Jardim Botânico, o herbário virtual terá imagens e informações de outros museus europeus ;que vão entrar nessa iniciativa com a gente;, segundo a coordenadora. O Jardim Botânico já tem 300 mil amostras prontas para incluir no herbário virtual. A intenção é lançá-lo com meio milhão de amostras de plantas, disse Rafaela. O herbário deve começar a funcionar até novembro deste ano.

A iniciativa faz parte do Programa Plantas do Brasil: Resgate Histórico e Herbário Virtual para o Conhecimento e Conservação da Flora Brasileira (Reflora), criado em 2010 pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e que tem parceria da empresas privadas, Vale e Natura, além de fundações estaduais de amparo à pesquisa. O Reflora prevê investimentos de R$ 21 milhões.

A mineradora Vale doou hoje R$ 1,74 milhão para o resgate e digitalização das imagens e dados da flora brasileira que estão no acervo do museu francês. Segundo a empresa, as informações serão úteis para conservação e recuperação da biodiversidade de áreas afetadas pela mineração.