Sete pessoas foram presas em flagrante, na madrugada de domingo (19), enquanto realizavam a mistura de água, sal e açúcar a leite cru, em uma fazenda no município de Morrinhos, Goiás. Duas pessoas da quadrilha teriam fugido para outros estados e são consideradas foragidas. Também foram apreendidos três caminhões, duas camionetes e três reboques pertencentes ao grupo.
A quadrilha trabalhava no transporte de leite cru dos produtores até as indústrias de laticínios. Durante o caminho, em meio a canaviais, eram subtraídos cerca de 10% do volume transportado pelos caminhões. O leite furtado era então encaminhado em camionetes para a fazenda do chefe da quadrilha, Humberto Pereira Oliveira. No local, cerca de 3 mil litros de leite eram adulterados por dia, de forma que o volume aumentasse para 5 mil litros.
O chefe do grupo convencia caminhoneiros a participarem do esquema criminoso com uma propina de R$ 2 mil mensais, além do salário de R$ 1,8 mil. A mistura era feita sem nenhum controle sanitário, em um ambiente infestado por baratas. O leite adulterado era encaminhado para pequenas indústrias de laticínios, não fiscalizadas, e chegava ao mercado sob a forma de queijo e outros produtos, vendidos por pequenos comerciantes da região.
O delegado da polícia civil de Morrinhos, Rilmo Cruz Júnior, explicou que as investigações sobre a quadrilha foram iniciadas em novembro de 2012, após denúncia de um sindicato de leite do sudoeste goiano, e que a prisão do grupo em flagrante foi possibilitada graças a escutas telefônicas. Além da busca dos dois foragidos, a investigação prossegue, segundo o delegado, pois há a suspeita de que o esquema possa atingir outras cidades.
Quanto aos produtos misturados ao leite, Rilmo Júnior afirma que não é possível saber se eram adicionados ao leite substâncias como formol ou ureia, como nos casos recentes descobertos no Rio Grande do Sul. ;A versão do grupo é que era adicionado somente água, sal e açúcar, mas precisamos esperar a perícia para ver se era só isso mesmo;.
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