Jornal Correio Braziliense

Brasil

Sequenciamento genético está fora do alcance da maioria das brasileiras

No Brasil, o sequenciamento custa entre R$ 6 mil e R$ 12 mil, não é coberto por planos de saúde nem pelo sistema público e apenas quatro laboratórios em todo o país estão capacitados para fazer o exame

A decisão da atriz Angelina Jolie, de extrair os dois seios como prevenção ao câncer de mama, ainda está longe da realidade brasileira. As principal barreiras são o preço do exame de sequenciamento genético e a falta de laboratórios capacitados para fazer esse tipo de pesquisa. Jolie pagou pelo sequenciamento genético mais de US$ 3 mil. Os exames mostraram que ela tinha 50% de chance ter câncer no ovário e 87% no caso do câncer de mama. Por isso, ela decidiu fazer a dupla mastectomia preventiva. Pesou também na decisão o fato de a mãe da atriz ter morrido de câncer aos 56 anos.



No Brasil, o sequenciamento custa entre R$ 6 mil e R$ 12 mil, não é coberto por planos de saúde nem pelo sistema público e apenas quatro laboratórios em todo o país estão capacitados para fazer o exame. O diretor da Escola Brasileira de Mastologia, Ruffo de Freitas Júnior, explica que são essas barreiras que tornam o sequenciamento genético um avanço da medicina ainda distante da população em geral, mas ele destaca que há outros exames capazes de indicar a possibilidade de a pessoa desenvolver a doença. ;A paciente deve procurar um oncologista, mostrar o histórico familiar e debater as alternativas. Quando há muitos casos de parentes de primeiro e de segundo graus com histórico de câncer, a mastectomia é uma boa opção;, avalia ele.