[SAIBAMAIS]
AO VIVO
15h03| O Paço Imperial, onde a princesa deu seu autógrafo no decreto, está tomado por uma multidão. As pessoas acompanham emocionadas a libertação geral e irrestrita dos negros ainda cativos. Isabel está acompanhada de Rodrigo Augusto da Silva, ministro da Agricultura, que articulou a aprovação da matéria.
15h| A princesa imperial regente, Isabel, acaba de assinar a lei que acaba com a escravidão no Brasil. Com apenas dois artigos, o marco legal extingue o sistema de servidão que vigorou por mais de três séculos no território nacional.
14h46| ;Cumpri, como as circunstâncias permitiram, o meu dever de senador; posso cumprir o de cavalheiro, não fazendo esperar uma dama de tão alta hierarquia;, diz o senador Paulino de Souza. Ele se refere à notícia de que a princesa Isabel já saiu da residência oficial Palácio da Princesa, em Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro, para o Paço Imperial, no centro da cidade. Apesar de contrário ao projeto que acaba com a abolição, o parlamentar se disse ;vencido; logo no início da sessão de hoje. E cobra, neste momento, dos colegas mais agilidade na votação da matéria.
14h45| ;Sei bem que não se extirpa do organismo social um cancro secular sem que perturbações se operem;, diz o senador Correia.
14h42| ;A escravidão será em poucos anos apenas uma sombra no passado, sem perturbar com desastres e ruínas as alegrias do futuro, absolvido por nobre expiação o erro de ontem, pelo qual não é originariamente responsável a Nação brasileira;, afirmou Correia.
14h38| O senador Correia, do Partido Consevador, sucede o senador Dantas no discurso para dizer que também apoia a abolição da escravidão.
14h35| ;Em 17 anos, 800 mil escravos desapareceram do Brasil e, neste período, se notou a maior riqueza no país, grande aumento de trabalho e com ele maior produção;, declara o senador Dantas. Como consequência do desenvolvimento, defende o parlamentar, a renda pública teve aumento expressivo.
14h33| O senador Dantas pede a palavra na tribuna do Senado para rechaçar as declarações do colega Paulino de Souza. Ele sustenta que não haverá uma ;época de penúrias; no Brasil com o fim da escravidão.
14h28| A avaliação da princesa e de seus assessores é de que a matéria está consensuada no Senado e, dificilmente, sairá de lá sem aprovação. A viagem de Petrópolis ao centro do Rio de Janeiro, costuma levar de duas a três horas. É feita de trem. Ao chegar à cidade do Rio, a carruagem real estará aguardando a princesa para levá-la ao Paço Imperial, centro administrativo do governo onde a família real despacha.
14h25| A princesa Isabel, que governa o Brasil interinamente, já deixou o Palácio da Princesa, em Petrópolis, uma das residências oficiais da Monarquia. Ela segue para o Paço Imperial, no centro do Rio de Janeiro, onde espera assinar a lei que extingue a escravidão hoje mesmo.
14h17| É antieconômica, segundo Souza, porque desorganiza o trabalho. A inconstitucionalidade da proposta foi defendida por ele porque ;ataca de frente, destroi e aniquila para sempre uma propriedade legal, garantida, com todo o direito de propriedade, pela lei fundamental do Império;. Paulino costuma se posicionar contra os projetos abolicionistas.
14h12| Souza afirma que a proposta do governo para abolir a escravidão é ;inconstitucional, antieconômica e desumana;. O senador do Partido Conservador disse que a matéria é ;desumana; porque ;deixa expostos à miséria e à morte inválidos, enfermos, velhos, órfãos e crianças abandonadas da raça que (a lei) quer proteger;.
14h09| Publicamente contrário à matéria enviada pela princesa regente, Isabel, ao parlamento, Souza enumera problemas que serão causados pela lei. ;Venho somente justificar, em poucas palavras, o meu procedimento, qualificar a medida proposta e confessar-me vencido;, afirmou o conservador.
14h| Aos poucos, pessoas começam a se aglomerar em torno do prédio do Senado, no Centro do Rio. O conservador Paulino de Souza, da província do Rio de Janeiro, acaba de abrir a sessão do Senado que vai votar o projeto de lei que extingue a escravidão no Brasil.
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* Os registros históricos consultados e especialistas entrevistados na apuração da série de reportagens apontam imprecisão para horários da sessão decisiva. Nossa cobertura simula o "ao vivo", com liberdade poética neste quesito.