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Três meses após incêndio em boate, Santa Maria ainda vive em luto

Vigílias, homenagens e celebrações religiosas marcam o "aniversário" do acidente



Uma garota que teve o pé amputado, devido às queimaduras, continua internada, em Porto Alegre. Além dela, outras três vítimas estão hospitalizadas, também na capital do estado, mas nenhuma das quatro pessoas correm risco de morrer.

Relembre o caso


Na madrugada do dia 27 de janeiro de 2013, durante a realização da festa universitária ;Aglomerados;, um incêndio tomou conta da boate Kiss, em Santa Maria (RS), deflagrado por um sinalizador acionado pelo cantor da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo dos Santos.

O fogo emitido pelo sinalizador atingiu a espuma do revestimento acústico da casa noturna, e se espalhou rapidamente, liberando cianeto, substância altamente tóxica. A boate possuía poucos extintores de incêndio, mas sem condições de uso, e os seguranças do local chegaram a impedir a saída do público, que fugia do incêndio, alegando que as comandas não teriam sido pagas. Barras de ferro utilizadas na organização das filas dentro da Kiss dificultaram e aumentaram o tempo de fuga dos jovens.

Posteriormente, foi descoberto que o produtor do grupo musical, Luciano Leão, havia comprado um sinalizador de baixo custo, não recomendado para ambientes fechados. Também foi apurado pela polícia civil de Santa Maria que a espuma do revestimento acústico era inadequada, tendo sido comprada pelos proprietários por ser a mais barata do mercado, e não tinha componentes antichama, como recomendado.